Quais são os principais trekkings mais altos do mundo?

Uma das frases mais preferidas do mundo futebolístico é “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”. A frase, que aparentemente parece não dizer absolutamente nada, procura explicar de maneira coloquial e, dependendo da interpretação, cômica, micro diferenças entre dois assuntos relativamente parecidos. Pois bem, no trekking, que é uma atividade com boa dose de contemplação, existe uma espécie de diferenciação entre as rotas percorridas e estilos.

Não é de hoje que todos os praticantes de trekking procuram lugares com natureza e relevo totalmente diferentes daquilo que estão acostumados a conviver. Um bom exemplo disso, é o volume de brasileiros que procuram ir a um lugar com neve (seja ele para turismo ecológico ou não). Um outro exemplo, é o volume de pessoas que procura ir a lugares com altitude elevada (acima dos 3.000) para realizar um trekking que proporcione estar em uma certa altitude. Um trekking destes, diga-se, é para proporcionar uma vivência, mas não para realizar uma escalada em alta montanha. São das experiências que aos olhos de uma pessoa leiga não há diferença, mas para quem pratica existe.

Foto: Freddy Duclerc

Pois para quem está procurando esta experiência, para guardar para si e não necessariamente para ostentar na roda de amigos do trabalho, ou em um jantar de família, muito menos para tornar-se celebridade de programas televisivos. Como a segurança para um passeio destes está em primeiro lugar, deve-se contratar um guia responsável e credenciado. Não que isso vá tirar a sua qualidade de montanhista, mas também para aprender a conhecer um outro lugar. Em outras palavras, sair da zona de conforto, pois fazer a mesma coisa sempre (especialmente nos mesmos lugares de sempre) é condenar a si mesmo a ter uma vida chata. A afirmação, caso pareça estranha, é de Reinhold Messner no filme “Dirtbag”.

A lista abaixo foi elaborada para pessoas que pretendem vivenciar um trekking em altitude, mas não necessariamente praticar alta montanha. Por isso, foi levado em conta o conhecimento em montanhismo, experiência em trekking, preparo físico e tempo de aclimatação. Para quem já frequenta grandes altitudes, é recomendável procurar outras listas, como as montanhas com mais de 6.000 nos Andes ou mesmo as montanhas com 8.000 no Himalaia.

Aconcágua – Argentina

O Monte Aconcágua (6.962 m) é conhecido como o teto da Cordilheira dos Andes. Um “apelido” merecido, pois no continente americano (norte, sul e central) é o ponto culminante. O trekking até o campo base do Aconcágua é uma atividade que muitas pessoas praticam todos os anos.

Considerado acessível para quem deseja conhecer a maior montanha das Américas e também é um treinamento para quem se prepara para chegar ao cume dela em uma futura temporada.

O trekking não apresenta grandes dificuldades técnicas e sua principal atração é, como citado no início do texto, a aclimatação à altitude. Esta aclimatação é um processo lento que varia de pessoa para pessoa.

Chimborazo – Equador

Muitas pessoas não sabem, mas durante muito tempo acreditou-se que a montanha mais alta do mundo era o Chimborazo (6.268 m), no Equador.

O caminho mais frequentado por quem pretende subir ao topo do Chimborazo é a Ruta del Castillo, que leva de 12 a 14 horas para chegar ao topo da montanha.

Normalmente são realizadas excursões que parte à meia-noite e, para isso, é imprescindível ter noções de montanhismo. Para fazer o trekking, existe ônibus que saem de Riobamba até próximo do Refugio Carrel.

Trekking Ausangate – Peru

Trecho do Circuito Ausangate | Foto Marcelo Delvaux

O Ausangate (6.384 m) é uma montanha da Cordilheira Vilcanota (subcordilheira dos Andes) na região de Cusco, no Peru. O circuito é ideal para quem quer ficar longe de toda e qualquer “muvuca” de Cusco.

O trekking nesta montanha é uma real sensação de voltar no tempo e viver na mesma atmosfera do império Inca no Peru. Durante o tempo do império dos Incas, a montanha Ausangate foi uma das principais divindades para esta cultura.

Kilimanjaro – Tanzânia

O Monte Kilimanjaro (5.895 m) é o ponto culminante da África, porém é possível chegar ao topo sem muitas dificuldades técnicas. Por possuir uma altitude respeitável, mas pouca dificuldade técnica, é um trekking que atrai muitas pessoas que desejam ir ao cume de uma montanha acima de 5.000.

No Brasil, mais especificamente, há grupos de pessoas que desejam fazer fama no entretenimento realizando cume ao Kilimanjaro, aproveitando-se do desconhecimento de produtores de TV e publicitários a respeito da baixa dificuldade técnica desta montanha.

Mesmo com baixa dificuldade técnica, é um trekking que exige força física e resistência. Para quem deseja fazer este trekking, a mais procurada é a rota Marangu e leva, aproximadamente, cinco dias. Por causa dos problemas com turistas na região ficando perdido, é proibido fazer trekking no Kilimanjaro por conta própria, sendo obrigatório contratar um guia.

Mount Whitney – EUA

Na cordilheira de Sierra Nevada, está o Mount Whitney (4.417 m), considerado o segundo pico mais alto dos EUA (o primeiro é o Denali com 6.194 metros e fica no Alasca). A trilha para chegar ao cume do Mount Whitney é um dos mais cheios dos EUA. A rota começa no Whitney Portal e possui um desnível de 1.800 por 17 km de distância (para calcular o tempo de trekking, saiba aqui).

Não existe um tempo determinado para fazer trekking, mas a grande maioria das pessoas leva em torno de três dias. Para subir o Mount Whitney é necessário retirar uma licença que é concedida por meio de sorteio. Quem quiser fazer a trilha, tem de se candidatar do início de fevereiro até meados de março. Após isso, uma autarquia norte-americana realiza o sorteio.

Stok Kangri – Índia

O Stok Kangri (6.153 m) é a montanha mais alta da cordilheira de Stok, situada no norte da Índia. Como a montanha não oferece uma dificuldade técnica elevada, é a preferida dos indianos e turistas para uma experimentação de alta montanha.

A realização do trajeto leva de 7 a 10 dias, contando com o processo de aclimatação. A trilha começa desde a cidade de Stok.

Gondogoro La – Paquistão

Gondogoro Pass é uma passagem montanhosa de 5.585 metros no Paquistão, a 25 km ao sul do segundo pico mais alto do mundo, o K2 (8.611 m). Ele conecta a Geleira Gondogoro no sudoeste e a Geleira Vigne no nordeste.

Todo o percurso é um verdadeiro desafio, pois há subidas de até 50° de inclinação e que necessita de cordas fixas para auxiliar.

Para fazer o percurso, que sai do povoado de Thungol, é necessário tirar uma licença especial e contratar um guia. No caminho é possível visualizar o K2 (8.611 m), Broad Peak (8.051 m), Gasherbrum 1 (8.080 m) e Gasherbrum 2 (8.035 m).

Gokyo Ri – Nepal

Gokyo Ri ou Pico Gokyo (5.357 m) é uma montanha na região do Khumbu no Nepal. Do alto do Gokyo Ri é possível ver cinco dos picos superiores a 8.000 metros: Monte Everest (8.848 m), Lhotse (8.516 m), Makalu (8.481 m), Kangchenjunga (8.586 m), e Cho Oyu (8.201 m).

O trekking até Gokyo, por não apresentar muita dificuldade, é uma rota bastante popular e considerada por muitos como uma excelente alternativa ao do Camp base do Everest

Campo Base do Everest – Nepal

O trekking ao Campo Base do Everest é considerado uma experiência única e com paisagens impressionantes. Apesar de longo, não apresenta dificuldades para quem se dispõe a enfrentar este trekking. O trekking é considerado recreativo e, por isso, qualquer pessoa pode fazer.

Entretanto, é uma caminhada que exige muito do preparo físico da pessoa e, por isso, apesar de não ter dificuldades técnicas exige muito do preparo físico e mental.

Em média, o trekking leva em torno de 7 a 10 dias, dependendo do guia e do preparo físico da pessoa.

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