Produtora de biogás a partir de excrementos será construída no Everest

Alarmados com o volume de lixo e excrementos humanos existentes no Monte Everest, um grupo de engenheiros e arquitetos conceberam uma transformadora de excrementos em biogás para ser instalada no teto do mundo. O projeto americano ganhou reconhecimento e prêmio da União Internacional das Associações de Alpinismo (UIAA). A instalação tem previsão de início de construção já em 2018 e data de entrega em 2019.

Biogás é o nome comum dado a mistura de gases que é produzida pela decomposição biológica da matéria orgânica (na ausência de oxigênio). Pode ser classificado como biocombustível por ser uma fonte de energia renovável.

O prêmio de Mountain Protection Award foi entregue ao projeto Mount Everest Biogas (MEBP), que nasceu de uma iniciativa de voluntariado incentivado por uma ONG. Na iniciativa nasceu a ideia de uma solução sustentável para o problema o impacto ambiental que os excrementos humanos nos campos bases de alta montanha.

Degradação do Everest

Denunciado sistematicamente pelas reportagens da Revista Blog de Escalada, a indústria de expedições comerciais, que levam pessoas não montanhistas em busca de fama e prestígio em programas de TV, estão degradando fortemente o Everest ao longo dos anos. Segundo relatos de pessoas que visitaram o local, o Valle de Khumbu sofre com grandes quantidades de lixo e excrementos humanos de sherpas, equipes de apoio, pseudo-celebridades e montanhistas.

Foto: Frank Kehren | https://www.smithsonianmag.com

A degradação do Monte Everest é alvo de reportagens de outros veículos, alguns de grande alcance como o jornal The New York Times e a Deutsche Welle. Por ser uma situação limite, que contradiz fortemente a ética do montanhismo, o MEBP propôs usar um biodigestor anaeróbico para estes excrementos. O sistema irá eliminar, pelo menos em grande parte, a retirada necessária das fezes do Everest.

Todos os anos os milhares de pessoas, que por questões de aclimatação ficam vivendo por meses no Campo Base do Everest, produzem aproximadamente 12 toneladas de excrementos sólidos na montanha. Os dados são do Departamento de Turismo do Nepal, que preocupado com a sujeira, criou um sistema de retirada de lixo da montanha. Entretanto para as fezes humanas, que são depositadas em um sistema de latrinas, acabam contaminando parte da água da aldeia de Gorak Shep. Esta realidade, pouco difundida, obscurece a realidade de turismo montanhista do Nepal, voltado para a fabricação de “celebridades” a partir dos cumes do Everest, em um caso de saúde pública para as comunidades locais.

Para saber mais sobre o projeto: http://www.theuiaa.org

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