Por que é quase impossível pousar um helicóptero no Monte Everest?

Todos os anos há uma equipe de resgate no campo base do Monte Everest, pronta para evacuar alguém em qualquer emergência. Muitos se perguntam: por que então não vão até o topo da montanha resgatar cada um dos corpos deixados lá?

A resposta a esta pergunta é até relativamente simples: porque é impossível pousar um helicóptero lá. Ou pelo menos, para quem quer arriscar a vida com manobras que podem entrar para a história, QUASE impossível.

Existem vários fatores que limitam a capacidade de um piloto de helicóptero voar até o topo do Monte Everest. Durante grande parte do ano, a montanha mais alta do mundo é bombardeada por ventos com força de furacão e temperaturas abaixo de zero. A título de comparação ventos precisam ter mais de 117 km/h para serem considerados um furacão, além de ter de ser de forma circular. Esta velocidade inicial é para um furacão categoria 1 (117 a 151 km/h). Um furacão possui ainda duas outras categorias: 1 (152 a 176 km/h) e 2 (177 a 208 km/h).

As tempestades de neve frequentes que atingem a montanha são fortes o suficiente para catapultar um objeto de gelo tão rápido que vai destruir metal. Este clima só da trégua algumas semanas por ano, que é a temporada de montanhismo. Mesmo quando as condições são “ideais” para o montanhismo, elas estão longe de serem perfeitas. Durante a temporada de montanhismo os ventos ficam mais “calmos” e atingem velocidades chocantes de até 120 km/h, forte o suficiente para ser categoria 1 de furacão.

Mesmo quando as condições são suficientes para o voo das proximidades de Lukla até o cume, o pouso pode potencialmente desencadear uma avalanche. A avalanche levaria tudo em seu caminho, incluindo quem estivesse tentando subi-la.

Foto: http://www.everestnepaltours.com/

Entretanto, esta não é a única próximos do cume do Monte Everest, mais rarefeito o ar se torna. Por volta de 8.000 metros acima do nível do mar, os níveis de oxigênio são em 33 % ao nível do mar. Lembrando que o Monte Everest possui quase 1.000 metros acima disso. Portanto, já para a altura de 8.000, o ar é tão rarefeito que a maioria dos helicópteros não consegue ter uma sustentação suficiente para voar.

Isso porque, lembrando, o funcionamento de um helicóptero depende do seguinte mecanismo: Quando o motor é ligado, a hélice principal gira e impulsiona o ar para baixo. O ar aplica na hélice uma força de reação para cima. A diferença de pressão gerada pela passagem de ar pelas hélices gera uma diferença de pressão e a união destes dois efeitos é o que faz o helicóptero subir. Com o ar sendo rarefeito, é necessário mais força do motor, para produzir o mesmo efeito.

Mesmo com todas estas condições adversas, coube ao piloto francês Didier Delsalle, a inacreditável façanha de pousar no cume do Everest com um motor extra potente. O feito aconteceu em 14 de maio de 2005. Após anos de planejamento e semanas de espera pelas condições perfeitas, Delsalle conseguiu o impossível e aterrissou no cume.

Não custa lembrar que este foi o primeiro e único pouso de helicóptero da história (O primeiro voo bem-sucedido e registrado de um helicóptero ocorreu em 1907). No vídeo no topo do artigo está o vídeo do pouso do Helicóptero.

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