Livro da Semana: "Wild Country - The man who made Friends"

No final da década de 1970, mais precisamente em 1978, uma invenção que tinha o público alvo a comunidade de escaladores foi destaque em várias mídias importantes. Pelo seu impacto no esporte e pelo avanço que prometia foi batizado com um nome bem sugestivo: “Friend” (que significa amigo em idioma inglês).

Foto: http://www.wildcountry.com/

A empresa que lançou o equipamento oriundo das idéias de Mark Vallance, que vislumbrou o funcionamento de duas “castanhas” que moviam-se como engrenagens de um motor, foi batizada de Wild Country. Em apenas seis meses de criação o equipamento já era vendido em mais de 16 países e consolidou-se como forte empresa de equipamentos de escalada na década de 1980.

Mark Vallance foi diagnosticado com mal de parkinson quando tinha pouco mais de 50 anos de idade, o que comprometeu profundamente sua carreira de escalador. Mesmo assim tornou-se presidente do BMC (British Mountaineering Council) a representação máxima de montanhismo que tem como propósito proteger a liberdade e interesses de escaladores, praticantes de trekking e montanhistas.

No livro “Wild Country” Mark Vallance descreve a sua trajetória passando por fatos que vão desde a sua infância até histórias da Antártica, quando comandou uma expedição científica ao extremo sul do planeta.

Longe de ser um texto auto-proclamatório e egoísta a obra é provocativa e desafiadora e, como não poderia deixar de ser, várias opiniões a respeito de assuntos espinhosos do montanhismo. Por não optar a ficar no lugar comum no qual montanhistas, e até mesmo pseudo-montanhistas, o livro é uma leitura interessante e entretenida.

Por não ter ficado preso nos feitos de escalada e montanhismo e ter escrito vastamente sobre suas aventuras políticas no BMC, “Wild Country” é uma importante obra a ser lida por quem pretende aventurar-se pela tortuosa carreira de representação de entidades de classe. Lendo o livro fica nítido o abismo existe entre o que é um político e um politiqueiro e a real importância de pessoas engajadas em uma causa nobre.