Livro da Semana: "Addicted to Danger"

No ano de 1978, o montanhista e advogado americano consagrou-se como o primeira pessoa de seu país a escalar com sucesso ao K2.

O K2, localizado na cordilheira de Karakoam (uma das cordilheiras do Himalaia) é o segundo pico mais alto do mundo com 8.611 m e é considerado por muitos como das mais difíceis do mundo de escalar.

Este fato pode ser verificado quando se compara o número de ascensões com o icônico, e agora turístico, Everest: até o ano de 2013 pouco mais de 344 pessoas conseguiram chegar ao seu cume, enquanto no Everest o número foi de 4.000 (e continua subindo dada a facilidade e ajuda dos Sherpas).

Jim Wickwire também é conhecido por ter sobrevivido a um pernoite de bivaque no K2 durante sua tentativa de realização de cume, e considerado como o mais notório bivaque na história do montanhismo.

Com o objetivo de deixar suas memórias gravadas para que fossem apreciadas pela humanidade, junto com Dorothy Bullitt elaborou seu livro “Addicted to Danger” (“viciado em perigo” em tradução livre).

Com escaladas técnicas acima de qualquer crítica, ou chororô, de qualquer pessoa, Wickwire já escalou o turístico Everest, Denali e Aconcagua.

No livro os autores detalham desde logística de expedições, preparação física e mental adotada à época, e reflexões a respeito da morte de seus amigos, também montanhistas, em avalanches e expedições.

Pela importância que a Jim Wickwire possui para o montanhismo americano, o filme “K2” (com Michael Biehn e Matt Craven) foi baseado na sua ascensão, mas com várias liberdades artísticas.

O livro “Addicted to Danger”, não é somente sobre sua impressionante ascensão ao K2, mas sim uma autobiografia sobre toda a sua carreira.

Entretanto, pela ausência de uma profundidade a respeito de suas escaladas, o livro recebeu várias críticas da comunidade de escaladores de seu país, que reclamaram desde a escolha do título até falta de feitos importantes que marcaram a sua carreira.

O livro “Addicted to Danger” merece ser lido como forma de documento do montanhismo, mas a obra está longe de floreios e artifícios literários para torna-la acima da média.