É muito frequente vermos pessoas com dor nos punhos, cotovelos ou joelhos dizerem que estão com tendinite (por diagnóstico médico ou até “autodiagnóstico”).
A tendinite é uma inflamação dos tendões, muito comum por esforços repetitivos e posicionamentos errados durante a realização de movimentos. Porém muitas vezes, este diagnóstico pode estar errado.
Existem muitos estudos histopatológicos que encontraram alterações degenerativas, e não inflamatórias, em casos de tendinopatias patelares, por exemplo.
A patela é um osso que fica na parte anterior do joelho e se articula com o fêmur, servindo de eixo para aumentar a alavanca de força do músculo quadríceps femoral (que se fixa na patela e continua até a tíbia pelo tendão patelar).
Por ser o principal músculo extensor do joelho, o quadríceps é muito solicitado no nosso dia-a-dia, como no andar, agachar, descer e subir escadas.
Sendo assim, se fizermos estes movimentos de forma errada ou em excesso (além do que nosso organismo suporta), estamos sujeitos a ter essa tendinopatia.
A tendinopatia por sobreuso foi caracterizada nos estudos mais recentes como uma lesão degenerativa, com desorganização das fibras de colágeno, caracterizando um processo crônico.
A tendinopatia patelar é muito comum em atletas, e pode estar relacionada aos seguintes fatores:
Fatores Extrínsecos
- Cargas excessivas
- Erros de treinamento (intensidade e frequência inadequadas)
- Superfície de treino
- Calçado inadequado
Fatores Intrínsecos
- Idade, sexo, peso, altura
- Diminuição de flexibilidade e força
- Formato da patela
- Desalinhamento dos membros inferiores (joelho valgo, varo, hiperestendido…)
- Frouxidão ligamentar
O estresse em excesso na articulação, somado à sobrecarga compressiva sobre a patela na flexão do joelho, causa alterações vasculares e rompimento das fibras colágenas, causando dor e degeneração do tendão.
Os exercícios excêntricos auxiliam na reorganização e produção de colágeno, ajudando na recuperação do processo degenerativo.
Além disso, devem ser trabalhados os desequilíbrios biomecânicos do sujeito com tendinopatia, como encurtamentos musculares, fraqueza e desequilíbrio de certos grupos musculares, e desalinhamento das articulações.
Este trabalho pode aumentar a flexibilidade, força, estabilidade, alinhamento e performance nos movimentos e gestos esportivos, antes realizados de forma incorreta.
A diminuição de dor é significativa e a performance do atleta no esporte pode melhorar muito!
-Graduada em Fisioterapia pela Universidade de São Paulo
-Aprimorada pelo Hospital das Clínicas
-Formação com ênfase em Fisioterapia Esportiva e Biomecânica
-Especialista em Pilates pelo método Pilates Postura Funcional
-Colunista na Revista Pilates
-Docente no Curso de Formação em Pilates Postura Funcional.