Governo do Nepal exigirá que montanhistas usem GPS para atestar veracidade de feitos no Monte Everest

Após o escândalo da foto retocada por indianos, para burlar a burocracia vigente para a certificação de cume, o Governo do Nepal decidiu que irá exigir que montanhistas aspirantes a subir ao Monte Everest (8.850 m) não trapaceiem. Esta é mais uma medida de endurecimento das regras de escalada que o governo nepalês implementou para barrar o interesse de publicitários, apresentadores de TV e outros tipos de pseudo-personalidades que tentavam as escaladas no Monte Everest.

Portanto na próxima temporada de escalada ao Monte Everest (Abril a Maio) cada montanhista, incluindo os sherpas, terão a obrigação de usar um aparelho de GPS que monitorará cada movimento e, desta maneira, prevenir falsos pedidos de terem subido ao cume do Monte Everest. A decisão foi anunciada na última segunda-feira pelo chefe do Departamento de Turismo do Nepal Durga Dutta Dhakalque, o qual também anunciou que o custo dos aparelhos será de US$ 300,00 cada. O aparelho visa também auxiliar a localização de escaladores que estiverem com problemas na montanha.

Os aparelhos de GPS  irão rastrear o movimento de cada escaladores enquanto estiverem no processo de ataque ao cume. Os dados serão checados logo após o montanhista voltar ao acampamento base e afirme que conseguiu chegar ao cume. Somente o Governo do Nepal pode emitir o certificado de realização de cume ao escalador.

O processo anterior exigia que os escaladores somente apresentassem uma foto no cume e uma breve descrição do percurso. Oficiais do Governo do Nepal raramente ficavam no campo base monitorando a saída e chegada dos montanhistas.

Endurecimento do processo

O departamento de turismo do Nepal, grande fonte de renda do país, vêm endurecendo as regras de escalada ao Monte Everest desde 2015, quando 19 escaladores morreram, além de outros 61 ficarem feridos, após uma avalanche causada por um terremoto.

Colaborou para a reflexão das autoridades nepalesas, até para a recuperação da credibilidade da escalada ao Monte Everest, várias personalidades de montanha denunciarem a situação escandalosa a qual se encontrava a escalada no local.

No ano de 2014 também houve uma avalanche na cachoeira de gelo Khumbu que matou 16 guias Sherpas e, por motivos de luto, a temporada foi cancelada.

A partir de 2016 o governo nepalês começou a exigir um currículo mínimo a cada montanhista, o que frustrou planos de vários publicitários, apresentadores de TV e outros tipos de sub-celebridades que pretendiam utilizar a escalada como trampolim para ministrarem palestras corporativas. A decisão obrigou várias agências de montanhismo fecharem após o fechamento deste nicho de mercado.

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