O ano de 2010 começou de maneira péssima para quem gostava de treinar escalada com a máxima qualidade possível. Em janeiro de 2010 a mais bem equipada academia de escalada do Brasil, a unidade Casa de Pedra do bairro da Chácara Santo Antônio (conhecida por Unidade Morumbi) fechou as portas. E até o momento somente uma forte torrente de pedidos com a administração do ginásio (que preferiu deixar apenas a filial aberta na zona Oeste aproximadamente 18 km da matriz fechada) não irá mudar de panorama.
Muitos escaladores com isso ficaram órfãos de um local de qualidade de uma grande metrópole de 10 milhões de habitantes para que pudesse treinar. Para praticamente 80% das pessoas que frenquentavam o lugar, lá era praticamente a segunda casa de muitos. Para outros frequentadores, que moravam em locais de mais fácil acesso devido à proximidade de áreas empresariais, e a possibilidade de estacionamento gratuito (algo raro na cidade de São Paulo) fazia do local uma das academias referência na cidade de São Paulo.
Provavelmente quem não mora em São Paulo acha estranho que uma parte da cidade tendo duas academias (no caso a zona sul) porque não seria natural ir treinar na outra. A explicação é simples: somente a zona sul de São Paulo é maior do que qualquer cidade Brasileira (com exceção da própria São Paulo claro), por isso um lugar estar na mesma zona não é exatamente estar perto um do outro. Neste exemplo a distâncias entre as duas está em torno de 8km, ou 50min de carro (por conta do trânsito).
Ironicamente a cidade também está sem estádio para a Copa do Mundo do Brasil, e talvez nem sedie o jogo de abertura, o que demonstra o nanismo mental e moral de empresários com a cidade e a população.
Mas o assunto é escalada e passado 6 meses, e sarada a pequena depressão com quem treinava com dedicação na unidade Casa de Pedra, há uma excelente notícia aos interessados.
O escalador Eduardo “Dudu” Levy utilizou em seu quintal o espaço para se montar um muro de escalada com proporções bem generosas, e de qualidade surpreendente. Dudu, que é uma pessoa de grande simpatia, também chama estes “órfãos” para treinar com ele quem desejar.
Depois de alguns contatos consegui conversar com o escalador que deu mais detalhes de seu cantinho particular de escalada.
1 – Como surgiu a idéia de se fazer um muro particular de escalada?
Após fechar o ginásio em que escalei durante toda minha vida de escalada, nao estava muito empolgado em treinar em nenhum outro lugar.
Depois veio a parte de ver se a ideia seria possivel. Para isso mostrei o desenho para um engenheiro, por sinal pai de um amigo nosso, para ver o custo e se era possível realizar.
Ele ficou muito empolgado com o projeto e disse que seria possível e ele mesmo, junto com sua equipe, dariam uma ajuda.Como perguntamos a opinião de outras pessoas e estas falaram que nao seria possivel realizar o projeto, tiramos a duvida com nosso tio que é engenheiro civil.
Após dois engenheiros falarem que seria tranquilo fazer o que queríamos, começamos a construir. Essa fase de construção pensamos que iria demorar muito, mas graças a equipe que nos ajudou, em 25 dias o muro estava pronto.
Depois de alguns dias negociando, chegamos a um acordo e começou a produção.
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.