[EXCLUSIVO] Entrevista com Eliseu Frechou – Lotus Flower Tower Expedition

190120008_640[1]Como parar um escalador que sente paixão por expedições desafiadoras?

Esta deve ser a pergunta que muitos pensam sobre cada aventura enfrentada por Eliseu Frechou.

Com um currículo de feitos em expedições digno de qualquer escalador do mundo, Frechou mostra que seus 45 anos foram apenas o iníco de sua fome por desafios.

Desta vez está faminto por abrir uma via na Lotus Flower Tower, no Canada: um rochedo de aproximadamente 2.500m somente de rocha.eliseu[1]

O Blog de Escalada procurou Eliseu para saber mais sobre esta nova aventura, veja a entrevista abaixo:

Eliseu, como após 30 anos de montanhismo você ainda encontra motivação para as suas expedições?

Nesses 30 anos de escalada eu me renovei várias vezes como pessoa e montanhista.

Meus valores e meus interesses mudaram, mas eu continuo apaixonado pela montanha, pela escalada em rocha, gosto de pedalar, de andar.

Eu gosto de escalar rocha, seja boulder ou uma grande parede.

São modalidades muito diferentes entre si, então não há como enjoar.

esq_05xyos[1]Há pessoas que param de escalar por razões relacionadas ao trabalho, família, saúde, mas muitas vezes as pessoas param de escalar por frustração por não atingir seus objetivos.

Êxito exige dedicação, tempo e conhecimento do que você pode fazer, e tentar atingir objetivos ambiciosos em pouco tempo é uma boa receita para o fracasso.

Como foi que surgiu esta ideia de sua próxima expedição?

A Lotus Flower Tower e o Parot Beak são montanhas muito imponentes para não despertar o interesse de um “paredonista”.

A idéia surgiu anos trás, mas na volta do Mali, o Edemilson Padilha e eu conversamos sobre fazermos uma conquista numa parede em estilo alpino.

Eu nunca escalei em ambientes extremamente frios como o norte do Canada, então a curiosidade foi um dos combustíveis para no final do ano passado começar a conversar sobre a LFT com o Ed, o Valdesir Machado e o Fernando Leal20120301_143909_g[1]

Como está sendo os preparativos físicos para a sua Expedição

Estou numa rotina de treino em muro e mountain bike, alternando 2 dias de treino e 1 de descanso.

Fora isso há meu trabalho de guia de montanha que por si só já é um treino.

 Em termos de vestimenta, como você está se preparando para enfrentar o frio do Canada?

942279_539923952715648_1403337685_n[1]Realmente este é um problema a ser encarado de forma bastante séria.

Estaremos escalando em livre num ambiente bastante hostil. O sistema de camadas é o que provou melhor eficácia neste tipo de situação: segunda pele, fleece, agasalho e anoraque.

Cada um de nós tem sua preferência por marcas e modelos.

Com vários filmes produzidos e premiados, podemos esperar outra produção da mesma qualidade das outras?

Estou esperando conseguir imagens de qualidade para um novo filme. foto_35260_2006-11-06_grande[1]

O objetivo é abrir a via, depois fazermos o filme.

Minha marca foi sempre de fazer filmes na linha de documentário, se possível em primeira pessoa.

No “Dias de Tempestade”, filme que retrata uma conquista brasileira no Monte Roraima, consegui pela primeira vez ter êxito neste sentido de uma forma que me deixou satisfeito.

Vou me esforçar para fazer o mesmo no Canada.

Quem são os principais patrocinadores desta sua nova aventura?

Cada um de nós tem envolvimento com empresas diferentes: botas e sapatilhas Snake, roupas Solo, mochilas e sacos de dormir Deuter, equipoamentos Conquista, Prana Petroquímica e alimentos Liofoods

No Brasil não são muitos os escaladores que se aventuram em expedições como você. A que você credita isso?

Primeiro pelo motivo de ser uma escalada tanto arriscada quanto desconfortável por um período muito grande de tempo.

Depois por questão financeira mesmo.

Experiência também conta: acredito que necessite vários anos de escalada e montanhismo para entrar numa parede dessas e sair bem no topo, sem desistir nem morrer.

Para quem deseja acompanhar a sua aventura mais de perto, como deve proceder?

061[1]Não estou certo de como será a comunicação naquela região.

Tentaremos mandar notícias via telefone satelital, mas tanto na África quanto em outros points da América do Sul já descobrimos que eles não funcionam tão bem e sua autonomia é bem curta.

Ainda estou estudando alguma forma de comunicação, mas é provável que desta vez a galera tenha que nos esperar voltar com a história para ouvi-la por inteiro.

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