O desejo de sair atrás de nossos sonhos é comum a todo ser humano.
Seguramente neste século XXI o sentimento de resignação por não podermos realizar algo , ou por estarmos em uma cidade, estado ou país sem recursos, é inaceitável.
Aquele que realmente deseja algo tem de correr atrás, não importando nada ,nem ninguém, em seu caminho.
Inspirado por esta linha de pensamento os produtores da “Sender Films” em parceria com a “Hot Ache”s foram atrás de Pete Whittaker and Tom Randall , os quais desejavam a todo custo escalar fendas.
Mais precisamente as existentes nos EUA.
O interesse se tem justificativa: na Inglaterra a quantidade de fendas existentes é praticamente nula.
O tipo de formação existente lá é em uma altitude não muito grande, nem tão desafiadora.
Não bastasse esta escassez há ainda o conhecido clima instável e que não colabora muito.
Mesmo com todas as adversidades o desejo de estar aproveitando as fendas em escalada era maior.
E eles procuraram ir atrás do sonho.
Por isso treinaram da maneira que era possível e com os recursos disponíveis , economizaram um dinheiro trabalhando (e não sendo presenteados pela “mamãe”) e partiram para os EUA a um local de escalada que pode ser considerado o paraíso das fendas.
Lá encontraram o “Valhala” com fendas na parede pareciam ter sido cortadas com raio laser.
Somente lendo todo o enredo descrito acima o filme parece interessante, e seus produtores conseguiram corresponder às expectativas.
Ao contrário de produções que tentaram, forçadamente diga-se, ser engraçado “wide boyz” aposta em um humor simples e natural.
Com um roteiro enxuto, porém bem escrito, o filme flui naturalmente durante a sua exibição.
Elementos como humor, escalada, reflexão e ironia harmonizam.
Com uma direção segura a transição de partes de humor com as de tensão na escalada transcorrem normalmente.
De forma descontraída o filme tem muitos elementos para agradar todo o tipo de público, sendo interessante inclusive para quem ainda torce o nariz para o gênero.
“Wide boyz” é um filme que seguramente deve servir de referência a quem deseja fazer filmes outdoor descontraídos e de qualidade.
Nota do Blog de Escalada:
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.