Crítica do filme “Project American Fork”

wilsonteardrop3Sempre povoa a cabeça de todo apaixonado por alguma região realizar uma homenagem.

No Brasil já houve produções como “Cariocando”, “E as vias da Lapinha?” e o excelente “Caminhos da Mantiqueira“.

Estas produções que deixam evidentes toda a paixão personagens sentem pelo lugar, pessoas e vias de escalada ali conquistadas.

Portanto durante a exibição contas os casos e histórias que fazem parte do folclore local.

Entretanto o estilo mais sentimental não é muito explorado no mercado americano, que culturalmente tende a valorizar  indivíduos e feitos, mas pouco os lugares.

Existem, claro, exceções como “The first 70“, mas ainda não existem em um número que poderia ser proporcional ao tamanho dos EUA.

Para estimular o espírito da comunidade os produtores de “Project American Fork” usaram  “Crowdfunding” para concretizar a homenagem justa a um dos lugares dos EUA que é considerado um dos seus berços da escalada esportiva.mikebeckybeckster_edited-1[1]

Por ter sido lá desenvolvida a escalada esportiva durante muito tempo o local foi considerado a Meca da modalidade.

Fazendo um paralelo com o Brasil seria o equivalente ao que é a Lapinha em Minas Gerais.

“American Fork” possuia à época vias de alto grau e foram consideradas míticas.

Com o passar do tempo outros lugares foram desenvolvidos  e  “American Fork” foi ficando em segundo plano em termos de referência para escaladores.

Não que tenha ficado ruim mas ficou considerada sendo o plano “B”.

NAT_up-AF-ps[1]O filme de de maneira linear e cronológica passa por cada acontecimento, vias abertas e histórias individuais de escaladores.

Tudo para mostrar ao menos em declarações o que foi o “melhor lugar de escalada esportiva dos Estados Unidos”.

Se é ou não merecedor deste título não tem importância.

Com depoimentos de vários escaladores icônicos da época “Project American Fork” exala sentimentalismo pouco mostrado na personalidade de escaladores americanos.

Por ter sido realizado por paixão o filme alternou vários tipos de filmagens e captação de som.image-144117-full[1]

As diferenças de qualidade de imagens foram contornadas por edição criativa e competente.

Com roteiro definido os personagens eram devidamente apresentados com declarações que deixavam explícita a intenção de despertar o saudosismo.

Woman on difficult overhanging rock climb.Fica evidente no desenrolar da produção um de fato: o tempo passa para todos.

Por esta conclusão é válido o pensamento “Se o império romano que era imponente deixou de existir, não será um lugar de escalada que ficará reinando para sempre”.

O filme perto do seu fim tornar-se lento e repetitivo por apostar em demasia no formato  “narração-escalada-narração”.

Este tipo de lentidão se deve ao fato dos produtores apostarem todas as fichas no sentimentalismo de quem assiste à produção.

Nem mesmo as técnicas criativas e bem executadas de edição disfarçam esta derrapada.

“Project American Fork” comete um outro pecado quando se omite  mostrar pessoas e lugares não ligados diretamente à escalada como albergues, hotéis, bares e assim por diante.cheechee[1]

Mesmo com algumas derrapadas a produção consegue cumprir seu objetivo que é causar um sentimento de saudosismo ao mesmo tempo que a curiosidade de quem não conhecia o lugar.

O filme ao menos serve de estímulo para quem deseja fazer o mesmo pelo lugar que vive, o que só por isso já merece destaque.

Nota do Blog de Escalada:

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