[EXCLUSIVO] Crítica da Websérie “MoveShake”

Foi liberado para visualização os dois primeiros episódios da WebSérie “MovieShake”(em tradução  livre Mova e Agite) produzida pela Red Heel.

A produtora teve como estreia o interessante “23 Feet” que focava uma Road trip pelos estados unidos ilustrando pessoas que escolheram “viver simples” para estar sempre perto da sua paz interior.

O filme teve boa aceitação do público, e até mesmo foi escolhido para ser exibido no Banff World Tour de 2012. Um feito admirável .

A abordagem desta websérie é um pouco diferente, e de caráter mais ativista.

Apostando em vídeos que fazem todos se perguntarem “o que você faz para melhorar o mundo?”.

As filmagens e edição são muito parecidas com o seu primeiro trabalho, mas que não compromete o resultado final. Apesar de mostrar duas histórias bem diferentes e com objetivos igualmente distintos.

Cada capítulo de “MoveShake” tem como título o nome das pessoas que as retrata, e possui cerca de 10 minutos. Um tempo excelente para ser exibido na internet. Neste tipo de transmissão a dependência de uma banda larga estável e de qual tipo de tela será exibida é muito importante e fator decisivo para ser sucesso ou fracasso.

Julio Solis

O primeiro capítulo o protagonista é Julio Solis, um pescador que trabalha no Golfo do México, mais especificamente em “Bahia Magdalena” e tem como objetivo de vida ajudar na preservação de tartarugas marinhas.

Totalmente falado em espanhol (mas legendado em Inglês) o vídeo utiliza como recurso quase que o tempo todo de imagens bonitas com narração ao fundo.

Esta mistura mostra-se eficiente e evita o espectador ficar enfastiado com excesso de imagens. Usando ângulos mais cinematográficos que o seu trabalho anterior o amadurecimento de Allie Brombach é nítido. Não foram usadas muitas imagens clichês de filme outdoor que são também usadas pelas filmagens de propaganda. Todas as tomadas fazem parte da história e não há desperdiço de paisagens retratadas.

A história de Julio Solis é mostrada, sobretudo de maneira mais adulta e realista. Não ficou em nenhum momento a intenção de fazê-lo parecer um herói que está salvando o mundo, erro comum neste tipo de temática.

Não há qualquer referência a “ecologismo radical” que vem afastando interesse das pessoas devido o alarmismo exagerado e apelativo. O vídeo é tocante para quem assiste e, principalmente, faz quem assiste a se perguntar como agir dentro da própria realidade.

Shanon Galpin

O segundo capítulo é de Shanon Galpin, já é mais delicado o tema, e esbarra em princípios que gera muita discussão em qualquer lugar.

A protagonista é a idealizadora do “Mountain 2 Mountain”( http://www.mountain2mountain.org/) uma ONG que visa dar voz às mulheres e crianças que estão em áreas de conflito.

Neste vídeo fica muito evidente certo “americanismo”.

Considere este adjetivo como o a linha de pensamento  de que qualquer cultura que é diferente da americana é ruim e as pessoas são massacradas.

A protagonista que foi vítima de estupro procura levar certo tipo de mensagem para quem habita o Afeganistão. Desnecessário dizer quem ou o que fez o país estar em conflito, e nem cabe aqui ficar escrevendo sobre isso.

Mas fica muito claro que o conflito de costumes ainda não é bem digerido por que vive nos EUA. Há ainda neste país muitas coisas erradas que devem ser feitas pelas próprias pessoas de lá. Antes de acreditar que uma pessoa por usar véu ou não acreditar em Deus, deveriam sarar as próprias feridas.

Tecnicamente o vídeo é muito bem executado, com tomadas e closes com muitas mensagens implícitas.

Porém a mensagem de que mudar o mundo é fazer as pessoas abandonar as culturas delas, ou que a própria cultura é culpada por guerras e conflitos deixa a mensagem da série se perder.

Ignorando este tipo de característica de conflito de culturas, o vídeo não deixa de motivar até mesmo quem quer fazer algo para preservar o respeito à cultura de qualquer país. A mensagem continua sendo dita: “O que você pode fazer para mudar o mundo?”.

Porém pelo tipo de temática o vídeo passa a impressão de ser muito mais feminista que propriamente Outdoor.

Pelo mostrado nos dois primeiros episódios, Allie Brombach exibiu amadurecimento e engajamento para um projeto ambicioso que é uma websérie.

Resta, portanto, esperar os próximos capítulos e verificar como serão os personagens a serem retratados.

Para assistir todos os capítulos e saber mais sobre o “MoveShake” visite: http://www.moveshake.org/

 

Nota do Blog de Escalada:

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