Um estudo publicado no International Journal of Environmental Research and Public Health, periódico científico de acesso aberto revisado por pares publicado pelo MDPI (Molecular Diversity Preservation International), por cientistas de duas universidades austríacas afirmou que qualquer contato com a natureza, mesmo que pequeno, faz bem ao cérebro. O estudo foi realizado com fundos do Austrian Alpine Association.
No estudo, os pesquisadores estudaram 52 voluntários, que foram enviados a uma viagem de três dias nos Alpes austríacos. Durante alguns dias de experimento, cada um dos participantes fez duas caminhadas diferentes de pouco mais de 6 quilômetros, por aproximadamente três horas. Uma das caminhadas aconteceu em uma área praticamente sem sinais de habitação humana, enquanto outra estava continuamente aparecendo recursos urbanos como estrada, teleférico, canteiros de obras e estacionamento. Os voluntários não foram avisados previamente sobre as diferenças entre os dois trajetos.
As principais medidas utilizadas para mensurar resultado da pesquisa, foram uma série de questionários para avaliar os sentimentos dos envolvidos como ansiedade, euforia, raiva, calma e assim por diante. Além disso, uma série de testes médicos foram realizados para medir os níveis de cortisol. Exames de cortisol no sangue servem para investigar sintomas como fadiga e fraqueza muscular.
Os resultados do estudo sugeriram que estar em contato com a natureza, mesmo que seja próximo a lugares com elementos urbanos, há um impacto grande na saúde mental dos indivíduos, independentemente da presença ou ausência de elementos artificiais. Os dados do cortisol, por exemplo, detectaram uma queda acentuada desde o início da caminhada até a sua metade. A partir da metade da caminhada até o final, há uma queda de cortisol ainda mais acentuada. Entretanto, comparando a queda de cortisol entre a caminhada sem sinais de habitação de presença humana e a outra com elementos urbanos, não houve diferença.
A partir desta ausência de diferença, os cientistas consideraram que é um indício de que o impacto da natureza, mesmo que seja mínimo, faz diferença na saúde mental. Os pesquisadores admitiram que os pesquisados por não terem passado por lugares mais impactantes negativamente, como um presídio, depósito de lixo, viadutos e outros elementos brutos, podem ter influenciado no resultado final.
Conclui-se que um único ciclo de caminhada na montanha, independente de elementos urbanos no ambiente, é efetivo em influenciar positivamente estados afetivos. Os resultados indicaram que os elementos artificiais têm um papel menor na influência dos estados afetivos e da concentração de cortisol durante a caminhada na montanha.
Para saber mais sobre o estudo acesse: https://www.ncbi.nlm.nih.gov
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.