Faz parte do processo de amadurecimento de toda e qualquer pessoa ter contato com pessoas de culturas diferentes, mesmo que este outro indivíduo tenha uma vida parecida com a que temos.
Qualquer praticante que insista a sempre estar no mesmo lugar, realizar as mesmas vias e se esquivar de experimentar locais, comidas, culturas e natureza diferentes, está fadado a não contribuir com o esporte que pratica, seja qual ele for.
Por conta disse a Revista Blog de Escalada segue conversando com atletas que vivem em outros lugares para saber o que eles pensam e qual é o ponto de vista do esporte.
Afinal como dimensionar o esporte, e saber comparar a realidade de cada local, se não temos noção de como é realmente vivenciado em outras localidades no mundo.
Por isso procuramos a mexicana Isabel Bolivar, forte escaladora de seu país dedicada à escalada esportiva e dedicada profissional da escalada.
Isabel gentilmente cedeu entrevista, e respondeu todas as perguntas de maneira completa e extremamente gentil e simpática.
A forte escaladora mexicana, patrocinada e apoiada por diversas marcas contou com detalhes sua visão particular da escalada no México.
Isabel, como é ser escalador no México? Já é um esporte desenvolvido?
Definitivamente a escalada no México deu um salto enorme nos últimos dois anos, cada vez mais inaugurando mais muros, organizando muitas competições, tanto federadas como independentes, e aumentou a participação de escaladores mexicanos na Copa do Mundo.
Caro que não se pode comparar com o grau de desenvolvimento que possuem países europeu, já que ser escalador no México é algo muito novo.
Dentro da comunidade escaladora pode ser muito conhecido, mas fora é outro mundo, no trabalho, na universidade, na família, quase ninguém sabe o que é escalada ou confundem com outros tipos de montanhismo.
Quando se trata de conseguir apoio, é aí onde se nota que não se da a importância devida, como tem em outros esportes.
Mas este é o objetivo, de seguir fazendo a escalada ser conhecida já que no México a escalada está crescendo bastante e é perceptível.
Como é a organização de competições no México? Existe alguma liga esportiva ou federação?
Independente das competições organizadas, cada muro ou algumas organizações privadas, México tem a sorte de contar com sua própria Federação de Escalada e Montanhismo, que é encarregada de organizar competições oficiais regidas pelo regulamento do IFSC, nas quais se escolhem os escaladores que formarão a seleção que representará o país nas competições internacionais.
Acredito que temos sorte, já que nem todos os países da América Latina contam com sua própria federação e isso representa mais um obstáculo.
Muitas escaladoras realizam outras atividades enquanto treinam, Como você faz para se preparar para as competições?
Pessoalmente, com relação a treinamento, também gosto de pedalar, correr e fazer muitas outras atividades além de escalar.
Mais do que completar meu treinamento, faço porque gosto.
Claro que a escalada é a número um, é a que dedico mais tempo e esforço, mas complementar minha escalada com outras atividades me motiva muito.
Como preparação para uma competição, tenho um treinamento especializado, que no caso é para boulder, que é o que neste momento me motiva mais: seções de campus, travadas e mais travadas.
Na sua opinião, porque acredita que o número de mulheres escaladoras tem crescido tanto nos últimos tempos?
Na América do Sul há lugares incríveis como Florián Santander (Colômbia), Valle Encantado, Piedra Parada (Argentina) e Serra do Cipó (Brasil) e muito mais. Você planeja visitar um destes lugares em breve?
Alguns escaladores tem patrocinadores e outros não. Na sua opinião, porque acredita que exista esta realidade no esporte?
Qual é a reação de seus amigos quando diz que escala e treina muito forte para isso?
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.