O evento World Indoor Climbing Summit, marcado para o início de junho deste ano, promete discutir os modelos de negócio para ginásios de escalada. O WICS contará com a presença dos principais ginásios de escalada de todo o mundo e a maior construtora de muros do planeta, a americana Walltopia, marcou presença.
A empresa americana, inclusive, foi a idealizadora do evento. Com 20 anos de existência, deixou de ser um negócio familiar para uma das mais influentes empresas do esporte mundial.
O evento irá focar exclusivamente na parte de negócio das academias. Dentre as discussões estarão o formato das academias do futuro, assim como o impacto da inclusão da escalada como esporte de exibição nas Olimpíadas de 2020.
Para o evento confirmaram presença proprietários de ginásios e profissionais da indústria da escalada indoor de mais de 15 países diferentes. Todos prometeram compartilhar experiências e discutir os principais tópicos do momento.
Negócio deficitário?
Na década passada houve o surgimento de um boato que ganhou força entre os interessados em investir em academias de escalada: seria o segmento deficitário? A partir deste boato, que ganhou força de paradigma, o investimento em academias de escalada perdeu fôlego em países em desenvolvimento como Argentina, Peru, Uruguai e Brasil. Muito deste boato surgiu em decorrência de “aventureiros” no segmento sem capacidade empresarial e organizacional. A falta de organização e de gerenciamento ocasionou em prejuízo e no inevitável fechamento.
No período a comunidade de escalada viu a quantidade de ginásios de escalada contrair-se, originando o fenômeno de muros de escalada residenciais, comunitários, clubes e/ou escolas.
Desde o anúncio da escalada como esporte de exibição na Olimpíadas de Tóquio 2020, o panorama modificou. Atletas e empresários se mexeram e começaram a organizar melhor. Desta maneira houve nos últimos anos um crescimento acentuado na inauguração de academias de escalada nos países citados.
A título de exemplo, algumas cidades Brasileiras que possuíam poucos estabelecimentos como Belo Horizonte e Rio de Janeiro, atualmente possuem diversos endereços para a prática. Por outro lado a cidade mais populosa, além de ser considerada a capital econômica do Brasil, São Paulo possui o mesmo número de estabelecimentos que há 10 anos.
Capitais como Santiago do Chile, impulsionados pela prosperidade econômica do país, foi a que mais estabelecimentos abriram. Todos de qualidade e que, por isso, acabou revelando atletas com reais e concretas chances de chegar a participar da Olimpíadas de 2020.
Na Argentina, país que há grande incidência de muros locais mas poucos ginásios de grande porte, começou haver o surgimento de empreendimentos buscando soluções como, por exemplo, academia de escalada e cervejaria artesanal. Na capital Buenos Aires este ano irá abrigar os Jogos da Juventude, no qual será construído o primeiro muro de escalada em velocidade do país.
Na América do Sul, não há nenhum estabelecimento que tenha utilizado os serviços da Walltopia para a construção de muros de escalada. Todos os ginásios, novos ou não, foram construídos a partir de empresas dos próprios países. A empresa também não anunciou nenhum plano de intenções de investir na América do Sul.
A Walltopia, segundo dados publicados pela própria empresa, já construiu mais de 320.000 m² de paredes de escalada ao redor do mundo em mais de 1.800 projetos diferentes. De olho no mercado da América Latina, a empresa já disponibilizou versão de seu site corporativo em Português e Espanhol.
Para mais informações: https://climbingsummit.com
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.