Encadenando uma via de trekking – É possível?

Por Case Aquino

Não muito tempo atrás me inscrevi em um evento de um grupo de trilhas do whatsapp em que faríamos uma trilha na região de Biritiba Mirim-SP. Aproximadamente um mês depois de ter participado do evento guiei alguns amigos na mesma trilha que tinha feito com o grupo.

Alguns dias após ter feito o caminho novamente, fui inundado por um sentimento de que dessa vez sim eu realmente tinha feito a trilha. Na primeira vez em que fui com outra pessoa guiando não mais valia, pois eu estava apenas sendo conduzido por ela. Na segunda eu era o responsável não só pela segurança de todos no grupo como por encontrar o caminho pelo qual seguir.

A partir desse momento comecei a sentir que todos os hikings e trekkings que eu já fiz, mas que fui guiado por outra pessoa, não me proporcionavam o mesmo sentimento dos que eu fiz por conta própria. Seja sozinho ou não.

Quando pago para uma agência pela atividade, eu simplesmente sento no banco do passageiro e sigo com a viagem. Quando estou no volante sou obrigado a sair da minha zona de conforto e me preocupar constantemente com a direção que estou seguindo. Se entrei na bifurcação correta, se chegaremos dentro do tempo estipulado e inúmeras outras preocupações comuns de quando se faz um hikking/trekking.

Fazendo um paralelo, é um sentimento parecido com a de um escalador quando o mesmo consegue “encadenar” uma via. Um sentimento de dever cumprido. Se existe uma palavra que expresse tal sentimento no mundo do trekking, eu ainda não conheço. Por enquanto vou me apropriando dessa palavra que foi criada por escaladores: encadenar.