É possível ser atleta e vegano? Conheça dois atletas que provaram que sim

Mun Artesanal é uma empresa vegana de produtos artesanais proteicos que procura oferecer opções práticas e nutritivas com o objetivo de criar espaço para uma sociedade mais consciente, sustentável e ética.

No nosso primeiro post, falamos sobre a proteína vegetal e o seu potencial de cumprir todas as necessidades biológicas do corpo. Veja o nosso primeiro artigo aqui.

Neste, temos o prazer de conversar com Pedro Lutti e Paulo Victor Guimarães (Paru), atletas veganos de alta performance e intensidade.

O Pedro é corredor de montanha, paulista, tem 35 anos e vegano desde 2005.

O Paru é fisiculturista, baiano, tem 28 anos e vegano desde os 14 anos de idade.

Pedro Lutti iniciou nas corridas de montanha em 2013 e desde então vem se dedicando à provas de Montanha e Endurance, já tendo participado de várias (Endurance Challenge Agulhas Negras 50K, Desafio das Serras 80K e a KTR na Serra Fina) circulando entre os top 10 na maioria das provas em que participa.

Paru é vice-campeão baiano na categoria Fisiculturismo Clássico 1 de 2014 e também administrador do grupo Musculação Vegana no facebook com mais de 26.000 seguidores.

Entrevistamos os dois para entender melhor como eles vêem o veganismo no dia-a-dia e como isso impacta nas suas performances esportivas.

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Como foi o caminho que te levou ao veganismo?

Pedro: A decisão de mudar a dieta veio em 2000, foi algo bem natural, nada planejado. Não sentia mais vontade de colocar a carne no meu prato. Poucos anos depois optei pelo veganismo.

Paru: Me tornei vegano com 14 anos de idade, estava pesquisando por dietas para emagrecer e esbarrei em sites sobre vegetarianismo e passei a estudar o assunto. O motivo direto foi assistir ao documentário “Meet your meat“, isso me fez ver a realidade do sofrimento que existe no processo de produção de carnes e derivados animais e que aquilo era completamente errado, que o homem não tem direito de interferir na vida de qualquer outro ser. Pode até ser legalmente aceito, mas não é ético!

O que inspira sua dedicação e como é o seu entendimento e defesa sobre os pilares que sustentam o veganismo (liberação animal, saúde física e preservação ambiental)?

Pedro: Podemos viver uma vida saudavel, contribuindo para que os impactos ambientais diminuam e sem consumir nada que esteja vinculado à morte de animais para nos satisfazer? A resposta é sim. Mostrar que isso é possível através do esporte, tem sido meu maior foco no momento. Muitos atletas me procuram para tirar dúvidas e demonstram um grande interesse em entender o que é o veganismo.

Paru: Minha base no veganismo é a ética, pra mim esse é o motivo mais sólido pois pode-se obter saúde física e meios de preservação ambiental enquanto se continua matando animais, mas a libertação animal para mim é irrefutável.

Depois do mais intenso treino, qual tipo de alimento você recorreria por desejo e qual aquele que recorre por necessidade?

atletas-vegan-5Pedro: Normalmente depois dos treinos mais intensos tomo minha suplementação de proteína e gosto de comer frutas e tapioca com pasta de abacate (salgado) e tapioca com pasta de amendoim integral, açúcar mascavo, banana e passas por exemplo, isso para segurar até o horário da refeição principal. Quando faço provas mais longas onde tenho um gasto calórico muito elevado o corpo acaba pedindo algo mais “trash”, aí abro excessão para uma pizza, hambúrgueres… vegans claro.

Paru: Não só após os treinos, mas a todo o momento eu desejo comer junkfood, se pudesse comeria frituras e biscoitos industrializados o dia todo, cresci tendo esses alimentos como sinônimo de prazer e felicidade, creio que até hoje açúcar refinado e frituras fazem meu cérebro ficar contente. Mas a alimentação básica para pós treino é uma raiz cozida ou um pouco de arroz e alguma fonte de proteína, não tem muito o que inventar.

Sobre as equivocadas definições sobre o veganismo, de que maneira você espera mudar a perspectiva das pessoas?

Pedro: Acho que principalmente mudar a idéia de que ser vegan é caro, difícil, ou que seja uma dieta pobre em nutrientes e proteína. Procuro mostrar para as pessoas que isso não é real, você pode gastar até menos se alimentando melhor.

Paru: Se informações triviais já geram diversas interpretações, um tema complexo como o veganismo gera mais conflitos de definições ou interpretações equivocadas ainda, então acredito que só difundindo o veganismo e suas informações.

Como alguns atletas não veganos vêem a sua dieta? Qual a reação mais comum entre eles?

Pedro: É engraçado porque mesmo hoje em dia algumas pessoas ainda tem uma visão sobre a atletas-vegan-2carne como algo mágico, que te dará algum poder, te deixará mais forte ou algo assim. Costumo pedir pra pessoa reduzir aquilo apenas aos nutrientes. O que tem nessa carne você encontra nos alimentos vegetais? Sim amigo. Então não precisamos nos alimentar dela. É simples.

Paru: Quem não me conhece não acredita, dizem que como carne escondido e coisas assim, mas quem me conhece e treina comigo vê que não tem diferença em desempenho.

Na sua opinião, quais as melhores dicas e referências para os atletas interessados em se tornarem veganos?

Pedro: No caso de atletas, procurar informações com outros atletas veganos é sempre bom e acho importante ter um acompanhamento nutricional. Cada pessoa tem uma necessidade, cada organismo reage de uma maneira diferente, não existe uma fórmula exata que sirva para todos. O que deve ser algo comum entre todos é buscar uma alimentação simples, saudavel, o mais natural possível.

Paru: A maior dúvida das pessoas é de como substituir a carne nas suas dietas, eu sempre falo para não pensar em substituir. O ideal é reprogramar todo o planejamento alimentar, já que não existem alimentos com composições exatamente iguais aos alimentos oriundos de animais. Deve-se replanejar a dieta, focando em agregar e variar os alimentos proteicos e compensar o eventual excesso de carboidratos

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Gostaríamos de agradecer muito ao Pedro e ao Paru pelo seu tempo e disponibilidade em responder as nossas perguntas.

Para os interessados no assunto, procurem a Força Vegana no Facebook que é composta de atletas dos mais diversos tipos.

Na próxima edição iremos dar dicas proteicas para todas as refeições do dia. Até breve e que o poder vegetal esteja no seu caminho.

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