Estudo comprova mudanças acentuadas nos dedos de escaladores esportivos

Um estudo científico intitulado “Connective tissue adaptations in the fingers of performance sport climbers”, publicado por pesquiadores da University of Zurich, comprovou a acentuada adaptação do tecido conjuntivo dos dedos dos escaladores esportivos de alto rendimento. O tecido conjuntivo é responsável pelo estabelecimento e manutenção da forma do corpo, funcionando como um tipo de tecido de suporte. No estudo, ficou demonstrado ainda a capacidade que o corpo humano possui para adaptar-se às exigências de algum esporte.

Como o estudo focou em escaladores esportivos de elite, ou seja atletas de competição e alto rendimento, foram escolhidos como objetos de estudo quem possuía mais de 15 anos de dedicação. De acordo com o estudo, as mudanças anatômicas podiam ser observadas por meio de ultrassonografia. Especificamente no caso de escaladores, os dedos das mãos, que é parte importante na prática do esporte e está mais exposta às exigências do esporte, foi o alvo de intenso estudo.

Na ultrasonografia realizada na face palmar dos dedos II-V para medir a grossura das polias anelares A2 e A4, os tendões do flexor comum superficial e profundo dos dedos e as placas palmares da articulação interfalângica proximal e distal, nas direções sagital e axial. Ao todo, 31 escaladores esportivos “avançados” (idade média de 37 anos) com média de grau de 7b+ a 9a+ francês (8c a 11a brasileiro). O estudo ainda controlou aproximadamente 20 outras pessoas não escaladoras com a mesma média de idade.

Durante os estudos, as polias A2 e A4 dos escaladores se mostraram significativamente mais grossas se comparadas com as das pessoas que não escalavam. Todas as placas palmares da interfalângica distal também se mostraram significativamente mais grossas. Já as diferenças do diâmetro dos tendões flexores foram menos significativas.

Na pesquisa foi possível evidenciar que as polias dos tendões ficavam muito mais grossas em escaladores avançados, se comparada a quem praticava a modalidade de maneira mais recreativa. Esta adaptação era uma evidente evolução para suportar a carga de trabalho a qual estão expostos os atletas. Lembrando que adaptações de tecido conjuntivo, como polias e tendões, podem levar anos a se adaptar.

A partir desta constatação é que muitos educadores físicos, os quais possuem papel fundamental na preparação de atletas, aplicam o conceito de cargas progressivas. Este conceito é fundamental para evitar lesões.

O estudo pode ser verificado em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov

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