Crítica do filme “Mountain Love Story”

Apesar de não ser uma lei universal, é considerado por quem pratica esportes de montanha que existe uma grande diferença entre um companheiro de escalada e um amigo.

O que dizer então do maior cúmplice que possuímos que são nossos próprios cônjuges?

Considerados as principais testemunhas de nossas vidas, e por vezes até mesmo nossos inimigos íntimos, namorados(as), noivos(as) e esposos(as) que se aventuram juntos existe seguramente uma química muito diferenciada ao longo da vida.

Não raramente casais discutem rispidamente em locais de escalada por conta da intimidade natural que possuem.

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Por isso mesmo que os produtores da “Vertical Vision” idealizaram documentar a aventura de Eliza Kubarska e David Kaszlikowski até a Groelândia para escalar o pico remoto mais alto do mundo.

A dupla, que também é um casal, têm de enfrentar longos percursos de canoagem, acampar sob chuva fria, às vezes neve, para uma escalada mista até o cume.

No decorrer de cada parada para descanso há algumas reflexões sobre o amor que existe entre os dois, além de uma demonstração de entrosamento profunda.

Uma opção ousada dos produtores foi realizar longas tomadas de imagens sem trilha sonora, para que a real sensação de isolamento seja passada aos espectadores torna o filme em vários momentos arrastado.

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A partir da metade do ” A Mountain Love Story” parece se arrastar, sem ao menos dar alguma pista sobre o andamento da expedição.

Há, claro, várias cenas interessantes bastante comuns a quem faz expedições, mas nada que alguém que escale e tenha frequentado lugares de escalada distantes não tenha passado.

A tentativa de colocar certo drama na aventura do casal deixa forte sensação de artificialidade, e parece também querer interpretar algo que não é.

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Assim além do ritmo lento e torturante, também deixa no ar a sensação de ser um desafio menor do que aparentemente é apenas para obter um status “aventureiro”.

O filme “A Mountain Love Story” poderia em muitos momentos ter algumas cenas descartadas dada à ausência de importância das mesmas para a história em si.

Logo ao seu final fica  evidente que a produção é muito mais contemplativa do que para ser apreciada pelo público como uma obra que tem uma mensagem a deixar.

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Por apostar em demasia nesta contemplação parece ter sido feita para ser transmitida em telas de televisões em bares e bistrôs como entretenimento superficial, e menos como um documentário de esporte outdoor.

Alardeado como “aventura romântica” passa longe de ser algo do gênero, e parece ser muito mais uma produção vazia com o triste rótulo de “muita adrenalina” usado constantemente por quem não pratica esportes de montanha.

Nota Revista Blog de Escalada

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