Crítica do filme “The Important Places”

important-places-capaNa música “They can´t take that way from me”, eternizada na voz única de Ella Fitzgerald e Louis Armtrong, é contada uma poesia na qual pode-se perder tudo, casa, emprego, posses, entre outras coisas, mas não podem ser tiradas as lembranças que guardamos.

Toda pessoa, de qualquer idade, possui um lugar especial o qual remete a lembranças de uma fase da vida a qual recordamos com carinho e bastante saudosismo.

São estes lugares que por mais que visitamos outros diferentes, será aquele que nos conecta com o sentimento que perseguimos constantemente chamado “felicidade”.

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Com o claro intuito de realizar uma homenagem a seu idoso pai, os produtores Forest Woodward e Gnarly Bay, uniram forças para realizar o filme “The Important Places”.

important-places-7A dupla, entretanto, não quis apenas ficar na singela homenagem e sim também conscientizar a respeito da preservação do Grand Canyon, considerado por todos ali, praticantes de canoagem, um “lugar importante” (“The Important Places” em inglês).

A partir de um poema escrito pelo pai a produção começa já emocionando tanto pelas palavras escritas nele, como pelas ponderações que são feitas a seguir a partir da leitura.

O que segue a partir disso é uma reflexão da importância da responsabilidade de preservação de alguns lugares os quais consideramos especiais, e não deixá-los sob responsabilidade de ninguém.

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Seguem ainda palavras sobre amadurecimento e velhice, mas de uma maneira sutil, poética e lacrimejante, que convida o expectador a também refletir sobre si mesmo e nas relações de paternais que mantemos em nossas vidas.

important-places-1De maneira simples e criativa  Forest resolve fazer uma viagem ao “passado”, unindo outra vez seu pai Doug, agora com 70 anos , e o Rio Colorado, que corta o exuberante Grand Canyon.

Procurando repetir a mesma expedição que seu pai realizou em 1970 que percorreu vários quilômetros do Rio Colorado em botes e caiaque em uma viagem que levaria 28 dias.

O testemunho de  Forest Woodward em forma de narração colabora bastante para que o tom homenagem/melancolia que possui a produção fique mais intenso.

Poucas produções, dentro do gênero de filmes outdoor usam os sentimentos como principal personagem, deixando de lado grandes feitos do esporte ou lugares de embasbacar quem assiste, mas “The Important Places” aposta neste ingrediente.

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O resultado de tantas inovações, fruto de uma produção colaborativa, é uma explosão de sentimentos que facilmente convida o público a chorar de emoção.

Há de se destacar também a qualidade da edição, que soube mesclar imagens de 40 anos atrás, com a da viagem ao Rio Colorado, além de tomadas de beleza indiscutível.

A direção de fotografia optou por não realizar tomadas abertas, e sim imagens bonitas que colocasse o expectador tendo a mesma imagem de quem participava da viagem.

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Paternidade, amadurecimento, envelhecimento, preservação e sobretudo reflexão a respeito da vida são os pilares do filme, que sem dúvida eleva o nível das produções do gênero a outro patamar de qualidade e possibilidades.

“The Important Places” não somente emociona e convida à reflexão, mas também mostra que há uma vida la fora, e que por mais que deixemos de lado pessoas, e lugares queridos não devemos nunca deixar de cuida-los.

Após o término do filme muitas lições são aprendidas e assim como na música citada no início do texto: “a maneira com a qual você mudou a minha vida eles não podem tirar de mim”.

Nota Revista Blog de Escalada

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