Crítica do filme “Drawn”

drawn-capaUm cronista uma vez escreveu que durante toda a vida com muita sorte temos a felicidade de ter um número próximo de 4 ou 5 pessoas que podemos chamar de amigos de verdade.

Se a afirmação é verdadeira ou falsa é uma discussão infinita que pode fazer com que muitos fiquem pensativos com relação à isso.

O fato é que amigo é a família que a gente pode escolher, e bons amigos dinheiro não compra.

Procurando homenagear seu melhor amigo e mentor , e que o inspirou a escalar, Jeremy Collins reuniu forças e recursos para realizar o filme “Drawn”.

O filme é para homenagear seu grande amigo Jonny Coop, que morreu durante uma escalada em decorrência de uma avalanche na Ásia.

Após o corpo de Coop ter sido encontrado, seu desejo era de ser cremado e que suas cinzas fossem jogadas em 4 cantos do mundo (norte + sul + leste + oeste) em lugares nos quais ele já tinha escalado e gostado.

Collins então procura realizar o desejo do amigo, e vai a lugares como China, Venezuela, Canada e Yosemite para que as cinzas do amigo repouse por lá.

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Mesmo com uma premissa simples o filme reúne elementos artísticos de alta qualidade, com desenhos e animações gráficas que lembram a qualidade apresentada pela MTV no início dos anos 90 em Aeon Flux.

A produção além de documentar a escalada, também retrata as pessoas dos lugares, assim como a convivência delas com o esporte e seus praticantes.

Como pano de fundo há a história da vida particular de Collins que desde no início da produção foi pai novamente, e teve de adiar alguns viagens por conta disso.

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Mesclando animações de alta qualidade, com uma impecável direção e narração do autor de maneira natural, o filme flui suavemente fazendo com que o expectador rapidamente tenha empatia e identificação com os personagens e histórias contadas.

A produção não mostra movimentos dificílimos de escalada, nem está enfrentando vias impossíveis, muito menos imagens de impacto com paisagens maravilhosas, mas ainda assim possui um clima de aventura irrepreensível.

Mesmo contendo imagens bonitas, o diretor sabiamente não deposita a esperança de que apenas isso salve o seu filme, que é um recurso comum a produções sem muito conteúdo, e confia na força e profundidade de sua história e roteiro.

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Tudo o que não pode ser filmado, mas foi vivido pelos escaladores como queda de uma via, tornozelos torcidos, chuva inesperada e etc, é documentado por descrição detalhada e animação de grande qualidade.

Toda esta mescla de recursos, animação e filmagem, é usada com equilíbrio e acompanhada de um roteiro sem furos.

O resultado é uma mescla de emoção e inspiração, pois sabe-se que Collins perdeu um grande amigo, e tudo o que lhe resta é homenageá-lo da maneira que ele sempre quis.

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“Drawn” é um filme que pode ser considerado de vanguarda, devido à sua qualidade artística impressionante, além de conter sentimentalidade na medida certa e boa dose de aventura sem necessitar potencializar nenhum drama.

Seguramente uma produção para inspirar toda uma geração de produtores que procuram realizar algo com qualidade e sair do lugar comum de gritos guturais em movimentos de escalada ou imagens contemplativas.

O filme “Drawn” é sem dúvida um filme para se ter guardado em casa e assistir para lembrar que às vezes a amizade é muito mais que uma segurança de escalada.

Nota Revista Blog de Escalada:

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