Crítica do filme “Common Ground”

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Algumas mudanças são inevitáveis em nossas vidas como adolescência, casamento, morte de um parente e assim por diante.

A própria natureza passa por estas mudanças como áreas que viraram plantações, rios que secam, parques que são criados, cidades são construídas ou abandonadas e etc.

No meio disso tudo está os interesses de cada indivíduo como ganância, dogmas, religião e espiritualismo.

Como então administrar com toda uma comunidade de fazendeiros a escolha do que explorar e o que preservar em uma área de natureza singular.common_ground_4

Foi para levantar a discussão do tema que a produtora Red Heel da diretora Alexandria Bombach  realizou o “Common Ground”, um filme que documenta a realidade que estão vivendo comunidades e fazendeiros que têm de escolher o que deve tornar-se as áreas públicas da região do Rocky Mountain Front no estado americano de Montana.

Discussões muito semelhantes à áreas de escalada como Serra do Cipó, Baú de Minas e mais recentemente Gruta Pai do Mato em Sete Lagoas-MG.

A produção de pouco mais de 18 minutos procura mostrar as opiniões de cada envolvido na discussão do assunto, sempre procurando mostrar os dois lados da história, visto que há muitos interesses envolvidos.

Diferentemente do que é apresentado em produções sobre lugares como “E As Vias da Lapinha?” cada ersonagem apresentado consegue apresentar seu ponto de vista de maneira clara, e às vezes sentimental, mas nunca realizando acusações a nenhum lado .

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Procurando nunca tomar partido de qualquer um dos lados (dos que querem explorar ou dos que querem preservar) o filme chega ao seu final meio que e tom de despedida e remetendo a uma certa apreensão com relação ao futuro.

common_ground_5Durante toda a exibição de “Common Ground” é nítido a evolução da diretora Alexandria Bombach, com imagens sensíveis com beleza fotográfica de grande qualidade.

Evidente também fica o seu amadurecimento na abordagem de temas mais delicados como os documentados nesta sua nova produção, onde consegue permanecer praticamente neutra durante quase todo o filme e deixando para o espectador tomar as suas próprias decisões sem ser conduzido.

Procurando inovar seu estilo nesta produção utilizou longas cenas de imagens aéreas que ilustram a região e como a beleza pode ser explorada de maneira inadequada.

O tema, apesar de bastante denso, foi abordado de maneira sóbria e sem apontar dedos ou desmascarar ninguém, muito menos soar como alerta sobre ecologia ou sentimentalismo ambiental.

“Common Ground” é um filme sensível e maduro de uma diretora que mostra personalidade e evolução desde seu primeiro trabalho.

A pouca duração do filme pode ser considerado um dos pontos fracos, já que por ser um tema mais denso e cheio detalhes merecia um aprofundamento em algo mais extenso e que levasse a uma reflexão do expectador.

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Mesmo sendo levado a um ritmo leve, também é um filme angustiante já que parece imprevisível o que pode acontecer à área, podendo inclusive desaparecer como é mostrada na produção.

Até mesmo uma área de escalada da região que é mostrada no filme pode sumir.

Por toda qualidade mostrada Alexandria Bombach mais uma vez consegue realizar um trabalho único e cada vez mais caminha para estar entre as melhores produtoras do filmes outdoor da atualidade, firmando-se como uma diretora inteligente e inovadora.

Nota Revista Blog de Escalada:

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