Amanhã começa oficialmente a temporada de competições da copa do mundo de escalada da International Federation of Sport Climbing (IFSC – Federação Internacional de Escalada Esportiva), cercada de expetativas por parte da mídia especializada e dos atletas. As provas serão realizadas na cidade de Meiringen, na Suíça. Os treinadores e principais comentaristas a respeito da IFSC Climbing World Cup, que é uma série de competições de escalada realizadas em várias etapas pelo mundo, concordam em um aspecto para as provas deste ano de 2019: somente quem conseguir participar das semifinais das competições possui chances reais e concretas de ir para a Olimpíada de Tóquio 2020. Isso porque os primeiros classificados de toda a temporada ganharão vagas para a Olimpíada.
As provas da Copa do Mundo de Boulder será transmitida, como de costume, por streaming e pode ser assistida gratuitamente. As provas de classificação estão marcadas para começar às 3:00 (horário de Brasília) e termina por volta das 10:00 (horário de Brasília). Esta etapa terá competições somente na disciplina de boulder. Ao todo competirão 115 homens e 100 mulheres.
Foto: IFSC/Eddie Fowke
A competição seguirá no sábado, com as semifinais e finais. Route setter chefe será Jaime Cassidy (Alemanha) e os route setters assistentes serão Marc Daviet (França) e Garret Gregor (USA).
Como via de regra, todos os atletas que pretendem chegar às semifinais da Copa do Mundo de Escalada Esportiva, se beneficiariam com a distribuição das vagas pelo critério estabelecido pelo IFSC. Além disso, para estabelecerem colocações de destaque, toros os atletas deverão participar de todas as disciplinas (velocidade, boulder e vias guiadas). Para quem não se classificar para as semifinais, resta somente ser campeão absoluto em torneios continentais.
Diferentemente do que aconteceu em competições nos anos anteriores, muitos atletas considerados favoritos a ir para a Olimpíada, não mais abdicarão de participar de alguma disciplina. Por causa da ausência de vários atletas em disciplinas que não eram sua especialidade, alguns resultados acabaram não refletindo a realidade de uma virtual classificação para Tóquio 2020. Este mesmo tipo de discrepância acabou acontecendo no campeonato pan-americano, o qual também teve a ausência de diversos atletas candidatos às vagas olímpicas que sequer compareceram.
Favoritos às primeiras colocações
Foto: IFSC/Eddie Fowke
Para as primeiras colocações, especialmente por se tratar de uma modalidade que terá como principal prova o boulder, são os atletas da seleção japonesa. Depois performances históricas em 2018, atletas do gabarito de Miho Nonaka, (segundo lugar em cada etapa da copa do mundo, exceto Meiringen, onde ela ganhou) e Akiyo Noguchi (Com 3 vitórias nas etapas da Copa do Mundo de Boulder de 2018).
Correndo por fora está a escaladora francesa Fanny Gibert (4ª colocada na Copa do Mundo de Boulder de 2018) e promete estar mais forte ainda nesta temporada. Entretanto, a maior estrela da atualidade da escalada esportiva é Janja Garnbret que foi a campeã tanto de boulder quanto de vias guiadas no campeonato mundial. Da Eslovênia também há outras favoritas: Katja Kadick e Vita Lukan (que foi medalha de prata nos Jogos Olímpicos da Juventude).
Foto: IFSC/Eddie Fowke
No masculino a Eslovênia possui uma equipe muito forte este ano. A principal estrela da seleção eslovena é Jernej Kruder, que venceu a temporada Copa do Mundo de Boulder de 2018 depois de subir ao pódio 5 vezes. O atleta Tomoa Narasaki (2º na Copa do Mundo de Boulder de 2017 e 2018) vai querer mostrar que pode recuperar o título de 2016 do Campeonato Mundial de IFSC em Paris, quando ganhou de nada menos que Adam Ondra.
Correndo por fora está o austríaco Jakob Schubert, que foi o vencedor do combinado (soma de todas as disciplinas) na Copa do Mundo de Escalada de 2018. A América do Sul terá cinco representantes, o brasileiro César Grosso, a argentina Valentina Aguado e os equatorianos Andrea Rojas, Carlos Granja e Danny Valencia.
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.