China limita radicalmente licenças para subir o Everest por campanha de limpeza e retirada de corpos

O governo chinês, que controla o lado Tibetano o qual se encontra o Monte Everest (8.850 m), anunciou medidas extremas nesta semana. O número total de pessoas que poderão subir a montanha pelo Tibet será limitado a 300. O motivo alegado pelas autoridades é a campanha de limpeza do lixo deixado por montanhistas.

A diminuição de até um terço do número de montanhistas para subir ao Monte Everest em 2019 (conhecido também como face norte), tem como motivo principal um dos problemas denunciados por veículos de comunicação do mundo inteiro: o lixo. Desta maneira, o número total de pessoas que poderão subir a montanha mais alta do mundo será inferior a 300. Além disso, somente serão concedidos permiss (licença para subir ao cume) na primavera.

Foto: AP Photo

A cada ano, aproximadamente 60.000 pessoas, entre montanhistas, guias e turistas, visitam a região do Everest, que fica entre o Nepal e Tibet. Estima-se que em torno de 800 pessoas tentam escalar o teto do mundo por ambos os lados. Para ambas as faces do Everest existe uma preocupação com a quantidade de lixo abandonada na montanha. Somente em 2018, os meios de comunicação chineses (os quais são controlados pelo governo) afirmaram que uma equipe de 30 pessoas retirou nada menos do que 8,5 toneladas de lixo, fezes e equipamento que se acumulou desde abril.

O governo do Nepal também assumiu a necessidade de resolver este problema grave que é retirar os 90.000 kg de lixo na montanha. Lixo este deixado pelo desenfreado turismo de montanhismo que é largamente praticado por apresentadores de TV e alimentado ferozmente pela indústria publicitária.

Até o final do ano passado, conforme publicado na Revista Blog de Escalada, a China implementou novas regras, muito mais restritivas, para a temporada de 2019. A razão deste endurecimento tem uma justificativa já conhecida: a massificação e o problema do lixo no Monte Everest, que aumentou consideravelmente nos últimos 20 anos.

Foto: Doma Sherpa (AFP)

Desde 2015, os funcionários do Tibet exigiram que os montanhistas retirem pelo menos 8 kg de lixo, aplicando uma multa de US$ 100 para cada quilograma que faltar. Agora as autoridades anunciaram a implementação desta restrição de número de permiss e iniciou uma campanha de limpeza que incluirá a recuperação dos corpos dos escaladores que morreram a mais de 8.000 metros de altitude. Para 2016 haviam sido registrados quase 200 cadáveres de montanhistas que estavam abandonados desde que faleceram na tentativa de chegar ao cume.

O governo chinês também estabeleceu lugares para classificar, reciclar e decompor o lixo da montanha. Neste montante que será classificado, está incluso latas, sacos plásticos, equipamento abandonado, barracas e tanques de oxigênio. Além disso, serão construídos banheiros.

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