Polêmica no Campeonato Mundial de Escalada gera desconforto e questionamentos

Como publicado em primeira mão pela Revista Blog de Escalada para todo o Brasil, os austríacos brilharam na disciplina de vias guiadas no Campeonato Mundial de Escalada do IFSC realizado no último final de semana. Nesta semana serão disputadas as disciplinas de boulder e velocidade.

As disputas em boulder na categoria feminina começaram ontem. A brasileira Camila Macedo confirmou sua boa fase em torneios internacionais e reafirmou-se como a atleta brasileira mais bem colocada no Campeonato Mundial de Escalada com um 78º lugar (de um total de 112 atletas). Pelo seu desempenho em linhas realizadas por route setters no exterior, tanto no Campeonato Mundial de Escalada quanto no Master de Boulder do Chile, deixa a entender que seu estilo e treinamentos estão mais alinhados com os conceitos modernos de escalada.

Chamou a atenção também a discrepância entre o rendimento individual de cada atleta com relação ao que foi obtido em torneio realizado no Brasil com o que tem sido mostrado em todas as participações brasileiras em 2018.

 

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Os resultados de sul-americanos também chamaram a atenção. A ausência da escaladora argentina Valentina Aguado, considerada a escaladora mais forte do hemisfério sul, também foi sentida. Aguado está em seu país natal preparando-se para os Jogos Olímpicos da Juventude.

A Revista Blog de Escalada estará no local fazendo uma cobertura exclusiva e inédita para a escalada e montanhismo brasileiro. No evento que acontece em Buenos Aires em outubro próximo, o qual parece que não haverá atletas brasileiros na escalada, será testado pela primeira vez pelo COI o “formato olímpico” (lead+boulder+speed).

O destaque sul-americano ficou para Alejandra Contreras, que ficou em 41º lugar, seguida de Francis Guillen em 43º. Ao final das competições de boulder, tanto masculino quanto feminino, a Revista Blog de Escalada irá publicar um texto completo sobre o evento, junto dos resultados.

 

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Polêmica

Logo que acabou as classificatórias da disciplina de vias guiada no campeonato de escalada em Innsbruck, Áustria, uma polêmica acabou surgindo, suscitando os ânimos de vários atletas e seleções. Na categoria masculina houve apelações de atletas como Romain Desgranges, Sean Mccoll e Adam Ondra por terem supostamente pisado em cima do cartaz de um patrocinador.

No campeonato mundial de escalada, da mesma maneira que no futebol colocam placas de publicidade estática, são colocados anúncios em “zonas mortas” (locais não utilizados pelos escaladores, mas focado por câmeras). Todas as transmissões do campeonato mundial são feitas por streaming e estes cartazes são uma maneira dos organizadores arrecadarem dinheiro com publicidade. O IFSC deixa liberado o link de streaming do campeonato a todos os países do mundo para que seja visualizado em todo mundo gratuitamente. Este tipo de prática ajuda nos números de audiência e compensa a falta de contratos de exclusividade com emissoras de TV.

 

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Entretanto, estas placas são parafusadas na parede, não sendo somente pintadas. Portanto, esta pequena espessura das placas publicitárias poderia servir de apoio a algum escalador. Apoio este considerado ilegal. Caberia, no entanto, aos route setters e aos organizadores do evento antever a proximidade destas placas para que ficasse longe dos caminhos percorridos por cada escalador.

Após as apelações, os juízes analisaram imagens captadas pela transmissão. Após a análise das imagens o francês Romain Desgranges e o canadense Sean Mccoll foram desclassificados por, na interpretação dos juízes, utilizados os cartazes na progressão da escalada. Ainda segundo os juízes, o escalador tcheco Adam Ondra somente tocou o cartaz, mas não se apoiou. Esta interpretação fez com que Ondra se classificasse às finais, enquanto os outros dois não.

 

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Logo após a decisão dos juízes, Sean McColl publicou um texto e um vídeo em seu Instagram fazendo a comparação de sua escalada com a de Ondra. O canadense buscou que o público fizesse a própria interpretação. Diferentemente do futebol, que possui o VAR, o qual possui diversos ângulos de imagens, o IFSC não tinha este conforto. A publicação Sean alega que pelo menos outros três atletas não foram avaliados com a mesma interpretação, nem tratado da mesma maneira. Somente dois atletas sofreram punição. Além disso a polêmica foi ampliada, porque já na semifinal Ondra novamente tocou o cartaz, sem sofrer qualquer punição.

Uma das maiores autoridades no assunto de movimentação de escaladores, o alemão Udo Neumann, posteriormente publicou um vídeo comparativo entre os três atletas envolvidos na polêmica. No vídeo, Neumann explica a decisão dos juízes.

 

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