Campeonato juvenil pan-americano evidencia uma nova era na escalada sul-americana

Aconteceu no último final de semana em Montreal (Canada) o Campeonato Pan-americano Juvenil, disputado no Horizon Roc Climbing Gym, que realizou provas competitivas nas disciplinas boulder, escalada guiada e velocidade.

Nas competições os escaladores foram organizados em Juvenil A, Juvenil B e Júnior. Mesmo com participação maciça de atletas dos EUA e Canada, vários escaladores sul-americanos foram destaques com colocações expressivas em todas as categorias.

Foto: Anderson Gouveia

A seleção brasileira juvenil, comandada por Anderson Gouveia, participou com três atletas: Felipe Hamdar, Vinicius Simioni e Felipe Foganholo Ho. O técnico declarou que desde que assumiu a seleção e não teve tempo hábil de organizar o time da maneira que considera a ideal.

De acordo com Gouveia a competição foi me organizada mas, em sua opinião, bem longe de uma competição como Copa do Mundo ou eventos grandes do IFSC.

Estrutura

Foto: Anderson Gouveia

Ao todo foram inscritos 9 países de todo continente e aproximadamente 200 atletas. A área, para as competições de boulder, foi construída especialmente para o evento, colocando o novo formato inédito a todos (inclusive para os canadenses). As paredes de dificuldade eram consideradas baixas, o que forçou os Route Setters a usarem a imaginação para desafiar mais os atletas.

Grande parte da reclamação ficou por conta do espaço para o público. Com uma área muito restrita, o campeonato não mobilizou o público canadense que não compareceu.

A organização do campeonato transmitiu por streaming todo o evento em dois ângulos de câmeras. A audiência da transmissão não foi divulgada pela organização.

Destaques

Muitos nomes, os quais são frequentemente destaques nas mídias especializadas, não conseguiram resultados expressivos. Margo Hayes e Kai Lightner, por exemplo, não tiveram desempenho tão superior quanto ao alardeado pela imprensa de seus países. Mesmo assim alguns nomes da escalada americana confirmaram sua força como Brooke Raboutou, que venceu as disciplinas de boulder e escalada guiada.

De acordo com Anderson Gouveia “Estamos vendo uma nova era nas Américas onde o domínio da América do norte está ficando para trás. Países como Equador, Argentina, Chile e até mesmo o Brasil estão conquistando espaço e em curto prazo vão passar a dar cada vez mais trabalho”.

Foto: Anderson Gouveia

Apesar de estar representado por apenas três atletas, sendo que nenhum atleta no feminino, o destaque ficou para o paulista Felipe Foganholo Ho, que ficou em 5º na modalidade escalada guiada. De acordo com o técnico da seleção brasileira Felipe Ho “escalou tranquilo e muito equilibrado e praticamente todos os atletas chegaram na mesma altura da via da final. A decisão foi uma costura ou uma tentativa de movimento”. A categoria foi vencida pelo equatoriano Danny Valencia.

A atleta argentina Valentina Aguado (que disputou em juvenil B) mostrou ser a atleta de futuro mais promissor da América Latina, conseguindo chegar em segundo nas disciplinas de boulder e vias guiadas. A chilena Alejandra Contreras também se destacou ficando em 4º em boulder e 3º em vias guiadas.

Foto: Anderson Gouveia

Algo que chamou muito a atenção de todos foi a performance dos atletas equatorianos na escalada de velocidade. Mesmo com novos nomes, a proporção de pódios para os norte-americanos ainda é grande. Esta hegemonia pode ser explicada pela expansão de academias de escalada nos EUA e Canada, além de uma maior organização das entidades que organizam as competições nestes dois países.

O técnico brasileiro da seleção juvenil de escalada afirmou que “assim que voltar ao Brasil vamos dar continuidade aos trabalhos e convocar a seleção juvenil para 2018.” Sem entrar em muitos detalhes de quais os requisitos para a convocação, Gouveia prometeu “retomar o tempo perdido para renovar nosso plantel para as futuras competições”.

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