Aprenda quais são os cuidados especiais com o nó oito duplo

A primeira coisa que um escalador aprende em um curso básico é o nó de encordoamento. Ele é responsável por conectar você à corda e um nó bem feito irá garantir a sua segurança e também o seu conforto no momento de desatá-lo. Além disso, existe uma lenda na escalada que fala que “um nó bem feito diz muito sobre o escalador”.

O oito duplo é um dos nós mais utilizados na escalada. É um nó fácil de fazer, fácil de verificar e difícil de falhar, mesmo quando feito encavalado. Mas existem alguns pontos importantes muitas vezes negligenciados pelos escaladores e que podem ajudar a aumentar a vida útil da corda, garantir a sua segurança e ainda aumentar o seu conforto ao desatá-lo após uma queda.

1 – Não deixe o nó encavalado

O nó encavalado não irá falhar, mas irá dificultar bastante a sua vida para ser solto após uma queda.

nó "encavalado"

nó “encavalado”

nó correto

nó correto

O erro mais comum cometido na hora de atar o nó oito duplo para evitar que ele fique encavalado é na na primeira volta:

 dessa forma o nó irá encavalar

dessa forma o nó irá encavalar

nó correto

nó correto

Quando se usa um nó encavalado, a diferença será sentida após uma queda. Com o nó encavalado, a corda da “carga” (lado da corda que vem do freio assegurador) fica muito apertada no “meio do nó”.

O que nos leva ao próximo item importante: posição da corda da carga.

nó encavalado após a queda

nó encavalado após a queda

nó correto após a queda

nó correto após a queda

2 – Posição da “corda da carga”

A corda da carga é aquela que vem do assegurador. Ela deverá sempre passar por “trás” de todo o nó. Dessa maneira, em uma eventual queda a corda da carga terá de “pressionar” todo o nó.

Isso irá diminuir a perda de resistência no nó e evitar que ele fique muito apertado e difícil de ser solto.

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3 – Tamanho da alça na cadeirinha

O nó oito duplo deverá ser feito sempre o mais próximo possível da cadeirinha.

Uma alça muito grande poderá gerar alguns problemas:

  • Agarrar em alguma ponta de rocha
  • Atrapalhar na hora de puxar a corda numa escalada guiada
  • Deixar o nó passar dentro do mosquetão em uma escalada de top-rope

Esses problemas não irão causar riscos de acidentes mas irão atrapalhar significativamente a dinâmica da escalada.

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4 – Sobra de corda e arremate

Existe um consenso sobre deixar aproximadamente 10 cm de corda sobrando após o nó para o caso de a corda “correr” dentro do nó.

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O arremate é opcional e poderá ajudar ou atrapalhar, dependendo do caso.

O nó mais utilizado como arremate é o frade simples.

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Outra boa opção para o caso de vias esportivas onde o escalador normalmente leva muitas quedas, apertando muito o nó, é utilizar a volta do cometa.

Para fazer isso, retorne a corda que sobrar do nó por dentro das duas voltas de corda. Dessa maneira, será muito mais fácil de soltar o nó utilizado um mosquetão para puxar a “alça” do cometa.

Esse arremate também é chamado de “Yosemite tuck” e é recomendado pela American Alpine Institute.

Dica extra – como soltar o nó oito?

“Quebre” ele para os dois lados algumas vezes para liberar a tensão e passe as duas cordas por dentro do nó.

Muito mais fácil que ficar tentando puxar a ponta pelo nó completamente apertado.

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