A importância da flexibilidade do escalador e como melhorá-la com o Pilates

fisioterapia_denise_pripas_2_1

Ilustração: Denise Pripas

A flexibilidade é a capacidade que cada articulação tem de atingir determinado grau de movimento.

Ela é determinada não só pela extensibilidade do músculo, mas também de outras estruturas como a cápsula articular, ligamentos e tendões.

A flexibilidade é influenciada por diversos fatores: idade, sexo e hereditariedade (fatores intrínsecos, imutáveis); e também por fatores extrínsecos como temperatura e hora do dia.

Além disso, condição física, respiração e concentração também influenciam na capacidade de movimento articular. Estes são treináveis, e muito relacionados à prática do método Pilates.

A importância da flexibilidade no bom desempenho esportivo é notória: quando uma articulação não é capaz de realizar seu movimento completo, em toda sua amplitude, somos obrigados compensar esta falta de movimento em outra articulação, para assim conseguir atingir a função desejada.

Desta forma, o local onde a compensação ocorre fica sobrecarregado, e tem seu potencial de lesão aumentado. Portanto, o risco de distensão muscular, entorses e dores fica muito aumentado.

Num exemplo prático, podemos pensar que um escalador que pretende alcançar uma agarra distante acima dele precisa do máximo de amplitude de flexão do ombro (movimento de elevar o braço).

Entretanto, se este movimento estiver limitado, ele irá aumentar a extensão da coluna, podendo sobrecarregar suas vértebras e discos vertebrais, o que potencialmente pode gerar uma lesão de disco ou um pinçamento de nervo.

Foto: Denise Pripas

Foto: Denise Pripas

Além de diminuir o potencial de lesão, a flexibilidade tem outros benefícios: redução das tensões musculares, melhora da capacidade de coordenação e consciência corporal, aumento da circulação sanguínea local e diminuição do gasto energético.

Sendo assim, a flexibilidade pode melhorar a performance esportiva.

O método Pilates é uma ótima ferramenta para trabalhar a flexibilidade, e funciona muito bem como complemento à prática esportiva.

A técnica comumente trabalha o alongamento dinâmico, e não estático.

O alongamento estático é aquele em que se pede para o indivíduo se manter em uma posição onde o músculo é alongado por pelo menos 30 segundos, e visa mudar a estrutura muscular.

Já os alongamentos dinâmicos visam realizar os movimentos no máximo de sua amplitude fisiológica, de forma fluida e funcional.

É realizado de forma ativa, utilizando a força de músculos agonistas e o relaxamento dos antagonistas.

A combinação de força e flexibilidade em um mesmo movimento é muito comum em nosso dia-a-dia, e ainda mais nos movimentos da escalada, nos quais estas duas habilidades são recrutadas ao mesmo tempo.

Além disso, o Pilates também trabalha exaustivamente a respiração e a concentração (estão nos princípios da técnica!), e vimos que estes fatores têm influência direta na capacidade de flexibilidade articular. Todos os exercícios do Pilates combinam os movimentos com o controle da respiração, além de exigir uma concentração mentecorpo em todos os movimentos realizados.

É importante ressaltar que o treino da flexibilidade, feito em sua maioria por meio de exercícios de alongamento, não tem como objetivo aumentar o tamanho do músculo!

Nem o Pilates, nem os alongamentos deixam as pessoas mais altas, mas sim podem melhorar a postura e restaurar a capacidade total de movimento de uma articulação que estava diminuída – seja por desuso da articulação e atrofia muscular, por movimentos que eram realizados de forma incorreta, ou por alguma patologia ou inflamação que possa ter diminuído esta capacidade.

Banner_Denise600X100

Comente agora direto conosco

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.