A História da morte de Bernardo Collares – Por sua Mãe

A mãe de Bernardo Collares, presidente da FEMERJ que se acidentou-se e morreu na Patagônia em uma tentativa de escalada no Fitz Roy no início deste ano, se pronunciou via Facebook contanto sua visão a respeito dos fatos que levaram à morte de seu filho.

O relato é tocante, e bem interessante para quem se interessar sobre o assunto.

Para acompanhar a história veja em: http://www.facebook.com/note.php?note_id=144496248946140&id=100001949671177

Posto aqui uma parte do relato deixada, a terceira parte especialmente para que todos se interessem e acompanhem pelo link deixado acima mais detalhes da história:

Aos familiares e amigos do Bernardo

Refletindo sobre esse trecho da msg enviada pelo meu amigo Hércoles:

“como estamos num momento indicado pelo mestre para desenvolver nossa sinceridade…”

Decidi começar a revelar os bastidores da tragédia pessoal, que estamos vivendo.

A parceira de escalada, que o deixou ainda vivo, relatou aos irmãos…, que não fez nenhum exame no corpo para ver se ele estava com sangramento , indício de hemorragia interna,ou alguma fratura.

Mesmo assim foi decidido pela “médica resgatista” numa avaliação precipitada, que ele não tinha chance de sobreviver.

Qdo se diz médica, supõe-se que seja salvadora de vida, ainda mais resgatista!

No entanto, não foi isso que aconteceu.

A POSTURA DA MÉDICA, DRA. CAROLINA CODO:

Já na tarde da chegada de Kika à base (04/1), a “Comissão de Auxilio de El Chanten” – integrada por representantes da Gendarmeria argentina e por montanhistas voluntários, coordenada pela médica e montanhista Carolina Codo -, decidiu que não fariam o resgate por terra, considerando:

a) o estado de saúde de Bernardo (com dificuldade ou impossibilidade de locomoção);

b) as baixas temperaturas que fazem no ponto em que ele ficou, que são abaixo de zero, mesmo no verão;

c) a ausência de previsão de “janela” de tempo suficiente para resgate por terra, avaliando que precisariam de três dias para a operação e não havia previsão de tempo bom em três dias seguidos.

Imediatamente após a chegada de Kika, o montanhista “Rollo”, que vive em El Chalten – a quem a família agradece mesmo sem conhecer pessoalmente -, começou
a se preparar para socorrê-lo.

Mas, foi, juntamente com os demais, convencido pela comissão de auxílio de que se exporia a risco, diante das condições climáticas que já haviam se precipitado desde a noite de 02/1.

A decisão da Dra. Carolina Codo, juntamente com a comissão, foi absolutamente
amadora e precipitada.

Baseou-se unicamente no depoimento da Kika para avaliar a gravidade do estado de saúde de Bernardo (Kika relatou aos irmãos que sequer fez qualquer exame superficial no corpo dele antes de partir.

Apenas disse que ele reclamava de um dedo da mão, que acreditava ter quebrado, e fortes dores na lombar/coccix que o impediam de prosseguir).

Dra Carolina concluiu que, com tal estado de saúde, conjugado com as baixas temperaturas do local, a morte seria certa em horas.

Sem examiná-lo, supôs, até uma hemorragia interna.

O amadorismo se confirma ao não convidarem a Kika para participar da reunião que definiria pelo não resgate.

Ela era a pessoa que mais informações poderia agregar ao grupo.

Ou então é porque nenhuma informação era necessária porque o não resgate já estava decidido, precisando apenas de uma versão consistente do ponto de vista técnico para falar à família e jogar na imprensa.

Não bastasse isso, a comissão de auxílio de El Chanten só foi avisar à família no dia 05/1 (em torno de 11h), com a informação incompleta e direcionada de que sua avaliação e, paralelamente, já avisado às autoridades locais, o consulado brasileiro e, principalmente, à família, o que possibilitaria ações paralelas e imediatas.

A verdade é que nunca houve nenhuma autoridade no local do resgate.

Porque a possibilidade de resgate nunca foi considerada desde o primeiro minuto.

Heliane Damiano Collares (mãe do Bernardo)

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