Ter uma abordagem de “ou este/ ou aquele” ao estresse é limitado e tende a focar a nossa atenção na parte confortável de um ciclo. Uma abordagem de “ambos / e” é mais inclusiva, valorizando tanto o estresse quanto o conforto.
“Ou este/ou aquele” indica que ou eu valorizo isto ou aquilo, mas não ambos. Uma abordagem de “ou este/ ou aquele”, tratando a respeito do clima, por exemplo, valoriza o tempo ensolarado acima do tempo chuvoso, porque o tempo ensolarado é confortável, enquanto o tempo chuvoso é estressante.
O resultado final é valorizado acima do processo.
Para expandir a consciência nós precisamos incluir ambas partes do ciclo. Fazemos isso com uma abordagem de “ambos/e”. Nós valorizamos ambos os dias ensolarados e os chuvosos porque ambos são partes necessárias do ciclo que sustenta a vida.
Nós valorizamos ambos resultados finais e o processo porque os resultados finais nos dão visão e o processo nos da os meios, e nos ajuda a processar o estresse, para alcançar essa visão. Resumindo, nós valorizamos ambos estresse e conforto.
Nas empresas, sem uma meta final, os empregados realizam vários processos que os levam em diferentes direções. Estes processos não estão alinhados com uma visão. Tendo uma visão clara, todos na empresa podem alinhar as suas ações e os processos na direção da visão comum.
Fazer isto permite que seus processos criem um trabalho de grupo melhor, se movendo na mesma direção.
A equipe se torna mais do que a soma de seus indivíduos. Cada indivíduo tem responsabilidades, mas quando todos os indivíduos estão alinhados por uma visão comum, seus esforços são elevados.
Processos como comunicação, estratégia ou pensamento tático, permanecer relaxado nos ajuda a tomar ações para processar o estresse e alcançar a visão.
Ao dizer “ Ou eu ganho um aumento ou eu me demito” provavelmente nos fará ser demitidos. Dizendo “ambos adicionar valor à empresa e ter um aumento” nos ajudará a nos integrar à equipe, de forma que ela se torne maior do que a soma de suas partes.
Na escalada, nós definimos a meta final de escalar uma via específica, de um jeito específico.
Leve em conta, por exemplo, a via Scarface na Indian Creek. A meta final é a cadena à vista: escalá-la, do chão ao topo, equipando-a , sem cair ou segurar nas costuras. Esta é uma visão clara que ajuda a identificar os processos nos quais focaremos.
Primeiro, temos um processo de pensamento que fazemos com a mente para planejar: identificar os locais para instalar proteções, descansos, técnicas de escalada e as consequências das quedas.
Segundo, temos os processos que realizamos com o corpo para a escalada: descansos eficientes, entalamentos, quedas, movimento e instalação de equipamentos. Estes processos nos ajudam a fazer as ações específicas necessárias para atingir a visão e processar o estresse conforme nos movemos em direção dessa visão.
Dizer “ou eu vou conseguir ou vou fracassar em escalar a Scarface” irá distrair a atenção para o fracasso quando a escalada difícil causar estresse.
Dizer “eu quero ambos conseguir escalar a Scarface à vista e focar na escalada” foca nossa atenção em processar o estresse da escalada difícil.
Lembre-se, a consciência é o que importa.
Uma abordagem de “ou/ou” limita a atenção e essa consciência.
Uma abordagem de “ambos/e” expande a consciência.
O livro “The Rock Warrior Way – Mental Training for Climbing” está à venda traduzido para a língua portuguesa no Brasil em: http://www.companhiadaescalada.com.br/
Tradução do original em inglês: Gabriel Veloso
Arno Ilgner distinguiu-se como um escalador pioneiro nos anos 1970 e 80, quando as principais ascenções foram as primeiras fortes e perigosas. Essas façanhas pessoais são a base para Ilgner desenvolver o programa de treinamento físico e mental – Rock Warrior Way ®. Em 1995, após uma pesquisa aprofundada da literatura e prática de treinamento mental e as grandes tradições guerreiras, Ilgner formalizado seus métodos, fundou o Instituto Desiderata, e começou a ensinar seu programa de tempo integral. Desde então, ele tem ajudado centenas de estudantes aguçar a sua consciência, o foco de atenção, e entender seus desafios de atletismo (e de vida) dentro de uma filosofia coerente, baseada em aprendizado de tomada de risco inteligente. Ilgner considera a alegria e satisfação no esforço – a “viagem” – intimamente ligada à realização bem sucedida das metas.